domingo, 18 de março de 2018

ARBITRAGEM PRECISA SE REINVENTAR



Cansados da exploração que sofriam da CBF e demais segmentos do futebol brasileiro, os principais clubes do Brasil se reuniram, e em 13 de julho de 1987 fundaram [O CLUBE DOS 13].

O objetivo da criação do aludido grupo foi no sentido de defender os interesses políticos e comerciais das grandes equipes - além de organizar a partir de então, competições nacionais rentáveis e disputadas em condições, onde um número maior de participantes desfrutassem das mesmas condições.

De lá para cá, nunca mais o futebol brasileiro foi o mesmo. As equipes unidas marcharam na direção dos seus objetivos, e conquistaram a primazia de negociar as verbas de transmissão das TVs, e demais patrocínios, que hoje ostentam nas placas estáticas alocadas ao redor do campo de jogo e no interior e exterior dos seus estádios.

Some-se ao exposto acima que, através de um belíssimo trabalho de Marketing, os clubes desenvolveram outras opções e implementaram diferentes formas de souvenirs. E passaram a interagir com milhões de adeptos. Souvenirs que rendem milhões de pecúnia a cada temporada às equipes.

Hoje, nem a CBF e as federações de futebol ousam confrontar os clubes que disputam as Séries (A e B) do Brasileirão.

Na esteira dos clubes vieram os atletas que foram profissionalizados – em 2001, através dos cinco sindicatos exigidos pela legislação, criaram a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol.

Substanciados jurídica e politicamente os atletas pleitearam e conseguiram o direito de arena e de imagem. Atualmente faturam milhares de reais a cada ano.

No mesmo diapasão vieram a CBF e as federações de futebol. Ambas em conjunto, auferem somas estratosféricas de dinheiro de todos os torneios por elas geridas.

No apagar das luzes de 2017, os técnicos do futebol brasileiro, conseguiram através da Federação Brasileira dos Treinadores de Futebol, o percentual de 1,5% de direito de arena à categoria a partir do Campeonato Brasileiro de 2018.

Além da conquista do direito de arena os técnicos estão buscando no Congresso Nacional em Brasília - via Lei Caio Júnior (in memoriam), as seguintes benfeitorias à categoria: 1) Obrigatoriedade da assinatura de contrato de trabalho. 2) Obrigatoriedade de registro do contrato da CBF. 3) Tempo mínimo de contrato de seis meses. 4) Obrigatoriedade de pagamento e acerto de pendências contratuais quando da dispensa de um profissional antes da contratação de outro. 5)Representante nos Tribunais Esportivos, estaduais e STJD.

Qual é a palavra mágica que propiciou a CBF,  federações de futebol, atletas, técnicos, cartolas e clubes alcançarem as conquistas acima nominadas? Resposta: PLANEJAMENTO. 1) Planejamento que incluiu a contratação de pessoas capacitadas para gerirem os projetos das entidades aqui mencionadas. 2) Planejamento que estabeleceu como, quando e quais  caminhos percorrer para alcançar os objetivos a curto, médio e longo prazo. 3) Alternância de poder na composição das diretorias ao invés do CONTINUÍSMO.

CONTINUÍSMO,  que está disseminado como tumor em todos os setores da arbitragem brasileira, em âmbito nacional e regional nas federações de futebol, tal qual metástase no corpo humano.

Observem que todos os trabalhadores independente da categoria, que atuam no nosso futebol, a partir da Lei Zico, Lei Pelé etc.., evoluíram e tiveram conquistas auspiciosas, menos a arbitragem.

Cadê o direito de arena da arbitragem? Em que pé está o direito de imagem? Como está a regulamentação da atividade do árbitro como profissional? Quando é que os apitos e bandeiras que laboram nos torneios da CBF, terão participação ativa nos milhões de reais que a CBF arrecada com os patrocínios estampados na vestimenta da arbitragem da (Senaf)? Quem irá dar cabo nesse processo que remonta a escravidão, envolvendo os apitos e bandeiras?

Diante do exposto, resta a arbitragem brasileira se reinventar. Pois do contrário, vai continuar sendo “manejada” tal qual “GADO NO CURRAL”. Com o diferencial de que o gado age por instinto. Já o árbitro é humano e age através do raciocínio, do livre arbítrio e da discricionariedade.

ad argumentandum tantum - Quantas vezes afirmei aqui neste espaço, que as reivindicações e/ou conquistas da arbitragem brasileira devem ser buscadas em Brasília? Ficou alguma dúvida após o texto em tela?

ad argumentandum tantum (2) - Segundo informações que recebi, os preparadores físicos também estão se articulando para requerer o direito de arena. 

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