Crédito: MHDB
Há mais de uma década, a CBF anuncia todos os anos, uma requalificação
ao grupo da (Seleção Nacional de Árbitros de Futebol – SENAF), analistas de
campo e instrutores de arbitragem, que atuam nos seus torneios. Nunca é demais
lembrar que, muitos afirmam que os instrutores de arbitragem da entidade são
considerados “referência” na América do Sul.
Já as (27) federações de futebol no mesmo período, vem anunciando
cursos e mais cursos de formação de árbitros. Cursos que são realizados em
alguns casos, em parceria com sindicatos e associações da categoria. Com raras
exceções, os professores e/ou instrutores, são os mesmos nas federações e na
CBF.
De acordo com informações obtidas por este colunista, instrutores
e professores de arbitragem das federações, possuem certificado emitido pela
CBF.
Vamos ver o que aconteceu com a arbitragem brasileira
pelo pais afora, nos últimos tempos. Na Região Sul, nos últimos dez anos, tivemos dois árbitros (apitos)
com capilaridade revelados. Anderson Daronco (RS) e Rodolpho Toski Marques (PR),
em 2006. Santa Catarina, há vinte anos não tem um apito genuíno no quadro da
FIFA. O derradeiro foi Dalmo Bozzano.
Na Região Sudeste, após Paulo Cesar de Oliveira (SP), a debacle
é total. Os paulistas que sempre foram referência na formação e descobrimento
de talentos na arbitragem, hoje torcem para uma única opção - Raphael Claus. O
Rio de Janeiro, a exceção foi e continua sendo o veterano Marcelo de Lima
Henrique (foto com a bola). Minas gerou Ricardo Marques e ficou assim.
No Centro-Oeste do país, surgiram dois apitos. Sandro Meira
Ricci em Brasília, já em final de carreira, e Wilton Pereira Sampaio em Goíás.
Não tem mais ninguém.
A Região Nordeste sempre esquecida e maltratada, desapareceu do
cenário nacional no que concerne a arbitragem. A aposta dos nordestinos nesta
área, está substanciada na eleição à Anaf de Salmo Valentim e seu confrade
Arilson Bispo da Anunciação.
O Norte do Brasil, revelou um nome com características promissoras,
Dewson de Freitas. Porém, este caiu vertiginosamente de produção após receber o
escudo da FIFA. Tanto é verdade que nos dois clássicos deste ano do futebol
paraense, envolvendo Remo x Paysandu, seu nome foi “esquecido”. Nos demais estados daquela região, não há nenhuma
perspectiva de um apito com densidade para chegar ao quadro da FIFA.
Acrescente-se que a CBF implementou uma série de mecanismos nas
últimas temporadas, visando oxigenar o seu quadro nacional de arbitragem. Querem ver: A Escola
Nacional de Arbitragem de Futebol – ENAF, e seu braço armado, que é a Coordenadoria
Nacional de Instrução, e os pilares técnico, médico, físico, FIFA+11, e o pilar
mental.
E recentemente, o Departamento de Arbitragem – DA - o Centro de Pesquisa e Análise do Desempenho
da Arbitragem e o Projeto do Árbitro Assistente de Vídeo.
Dado o que você acaba de ler, acoplado ao número estratosférico
de campeonatos realizados pelas (27) federações de futebol e a CBF anualmente, de
quem é a culpa pela ausência do descobrimento de árbitros com talento, dom,
vocação, timing e feeling no futebol brasileiro?
ad argumentandum tantum – Qual é o custo benefício de toda
a estrutura montada à arbitragem na CBF? Será que não está na hora de oxigenar
àquele setor e realizar uma profilaxia profunda?
ad argumentandum tantum (2) - Haverá eleição na CBF nos próximos meses. E toda a eleição é balizada por dois vetores: Continuidade ou mudança. Se as coisas vão bem, se mantém quem está a frente da direção de cargos e/ou departamentos. Se as coisas vão mal, é necessário a mudança.
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