quarta-feira, 4 de abril de 2018

RETRATO INEXORÁVEL

Crédito: CBF

Após ler o conteúdo da matéria [ARBITRAGEM: BRIGA DE MARIDO E MULHER?], no APITO DO BICUDOO, ex-árbitro da CBF, que é meu colega de muitos anos me enviou comentário mais ou menos assim.

A arbitragem atingiu o estágio de precariedade qualitativa que atingiu, porque, os professores que tinham capacidade de identificar no “olho no olho”, se o candidato a árbitro tem ou não vocação [condição sine qua non] para exercer essa atividade, não existem mais. 

Além disso, os instrutores e/ou professores dessa modalidade, são “bombardeados” a cada curso que participam, com uma autêntica parafernália de teoria em detrimento da prática, o que está “matando” o dom, o talento e a vocação da arbitragem.

Teoria que aplicada nos cursos de formação e capacitação de árbitros, vem alterando substancialmente a dinâmica das tomadas de decisões da arbitragem na interpretação e aplicação das regras. E, por extensão, está extinguindo paulatinamente a meritocracia daqueles que ainda tem.

Sem pessoas com expertise do “olho no olho”, com excesso de teoria, analista disso e daquilo, Radar, etc…, pouca praticidade e sofrendo forte interferência política dos cartolas, que agem abertamente contra apitos e bandeiras nos labirintos, e sem respaldo da CBF, das federações e das entidades de classe, restou a arbitragem a opção de “administrar” os jogos, ao invés de aplicarem as REGRAS DE FUTEBOL.

Quanto a representatividade das associações e sindicatos de árbitros perante a CBF e federações (apenas CE, PR, R.G.do SUL e SP são detentores da Carta Sindical), o ex-árbitro foi lancinante: “No meu tempo nunca existiu, e hoje continua não existindo”.

Finalizando, perguntei ao ex-árbitro o que pensava da profissionalização, direito de arena, direito de imagem e patrocínios estampados nas camisas da arbitragem. A resposta foi: “Se não recuperar a [autoestima], o árbitro do nosso futebol, como diz você Bicudo, independente de ser da CBF ou federação, vai seguir sendo manejado Tal qual gado no CURRAL”. 

É a opinião de quem vivenciou as inúmeras situações da confraria do apito há pouco mais de uma década, e mesmo a distância, mantém-se informado de tudo. E, o mais importante, retratou com veracidade a realidade que vivencia o árbitro do futebol brasileiro.  

ad argumentandum tantum – Provocado a me manifestar a respeito dos analistas de campo, Edson Rezende de Oliveira e Cláudio Vinicius Cerdeira, escalados nesta quarta (4), na Copa do Brasil, respondo: Se o contingente de analistas de campo da CBF, tivesse o Know how das pessoas em tela, a arbitragem brasileira tenho certeza não teria atingido o estado de mediocridade que atingiu.

ad argumentandum tantum (2) - Está nas mãos do Diretor do Departamento de Arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa (foto), mudar o cenário atual da arbitragem brasileira.

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