Crédito: CBF
Após ler o conteúdo da matéria [ARBITRAGEM: BRIGA DE MARIDO E MULHER?], no APITO DO BICUDOO, ex-árbitro da
CBF, que é meu colega de muitos anos me enviou comentário mais ou menos assim.
A arbitragem atingiu o estágio de precariedade qualitativa que atingiu, porque, os professores que tinham capacidade de identificar no “olho no olho”, se o candidato a árbitro tem ou não vocação [condição sine qua non] para exercer essa atividade, não existem mais.
Além disso, os instrutores e/ou professores dessa
modalidade, são “bombardeados” a cada curso que participam, com uma autêntica
parafernália de teoria em detrimento da prática, o que está “matando” o dom, o
talento e a vocação da arbitragem.
Teoria que aplicada nos cursos de formação e
capacitação de árbitros, vem alterando substancialmente a dinâmica das tomadas
de decisões da arbitragem na interpretação e aplicação das regras. E, por
extensão, está extinguindo paulatinamente a meritocracia daqueles que ainda
tem.
Sem pessoas com expertise do “olho no olho”, com
excesso de teoria, analista disso e daquilo, Radar, etc…, pouca praticidade e
sofrendo forte interferência política dos cartolas, que agem abertamente contra
apitos e bandeiras nos labirintos, e sem respaldo da CBF, das federações e das
entidades de classe, restou a arbitragem a opção de “administrar” os jogos, ao
invés de aplicarem as REGRAS DE FUTEBOL.
Quanto a representatividade das associações e
sindicatos de árbitros perante a CBF e federações (apenas CE, PR, R.G.do SUL e
SP são detentores da Carta Sindical), o ex-árbitro foi lancinante: “No meu
tempo nunca existiu, e hoje continua não existindo”.
Finalizando, perguntei ao ex-árbitro o que pensava
da profissionalização, direito de arena, direito de imagem e patrocínios
estampados nas camisas da arbitragem. A resposta foi: “Se não recuperar a [autoestima], o árbitro do nosso futebol, como
diz você Bicudo, independente de ser da CBF ou federação, vai seguir sendo
manejado Tal qual gado no CURRAL”.
É a opinião de quem vivenciou as inúmeras situações
da confraria do apito há pouco mais de uma década, e mesmo a distância,
mantém-se informado de tudo. E, o mais importante, retratou com veracidade a
realidade que vivencia o árbitro do futebol brasileiro.
ad argumentandum tantum – Provocado a me manifestar
a respeito dos analistas de campo, Edson Rezende de Oliveira e Cláudio Vinicius
Cerdeira, escalados nesta quarta (4), na Copa do Brasil, respondo: Se o
contingente de analistas de campo da CBF, tivesse o Know how das pessoas em
tela, a arbitragem brasileira tenho certeza não teria atingido o estado de
mediocridade que atingiu.
ad argumentandum tantum (2) - Está nas mãos do
Diretor do Departamento de Arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa (foto), mudar o
cenário atual da arbitragem brasileira.
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