Foto: Fifa.com
A Fifa diz que a linguagem
corporal é uma ferramenta que o árbitro usará para: ajudá-lo a controlar a
partida, demonstrar sua autoridade e auto-controle. Ainda enfatiza que, a
linguagem corporal não serve para explicar decisões tomadas. Essa importante
ferramenta, não sei por quais motivos é pouquíssima utilizada pelos árbitros
brasileiros nas competições nas federações estaduais, e sobretudo da CBF.
Enquanto no futebol
brasileiro isso não acontece, no futebol europeu, mais precisamente na Uefa, em
recente seminário em Nyon (Suíça), sede da entidade européia, o psicólogo
Mattia Piffaretti, apresentou estudo comprobatório de que a utilização correta
da epígrafe acima pode estabelecer relações com os atletas de futebol dentro do
campo, e, ao mesmo tempo, ajudar a melhorar a atuação da arbitragem em prélios
difíceis.
Na explanação, Piffaretti
apresentou quatro motivos principais pelos quais a linguagem corporal é uma
importante arma no arsenal dos árbitros. Primeiro, a sua atividade é de caráter
internacional, o que implica que lidam com pessoas de diferentes culturas;
depois, a comunicação verbal pode ser complicada em jogos diante de torcedores
extremamente ruidosos, tendo a linguagem corporal maior impacto nestas circunstâncias.
Além da velocidade com que
as partidas são disputadas, a esse procedimento permite efeitos imediatos,
evitando constantes paralisações, que seriam necessárias caso fosse abordar o
atleta. E, por derradeiro, na maioria das vezes é complicado atingir o âmago do
atleta através de palavras, sendo o uso de gestos bem mais efetivo.
O psicólogo enfatizou que
a linguagem deve ser alterada conforme o clima do jogo, já que é uma forma de
comunicação que precisa ser simultânea, natural e fluída. Numa análise simples:
deve ser aplicada com quantidade, mas com qualidade.
A utilização da linguagem
corporal numa partida de futebol exige conscientização, conhecimento cultural e
inteligência emocional, acrescentou Piffaretti. Ela permite expressar
pensamentos, intenções, estados de espírito através de sinais, o que significa
que serão compreendidos quando partilhados.
Contudo, a linguagem
corporal pode, por vezes, ser enganosa, pois mistura níveis de complexidade. É
uma ferramenta muito poderosa, mas tem que ter cuidado ao usá-la. Determinados
gestos podem estar vinculados a certas culturas e podem provocar diferentes
interpretações. É de suma importância estar consciente das diferenças culturais
e conhecê-las.
Mattia Piffaretti,
finalizou sua palestra afirmando que a linguagem corporal, além de estabelecer
relação com os atletas e manter a partida sob controle, transmite segurança, tranqüilidade,
autoridade e até mesmo um lado humano do árbitro, para com os jogadores, por
exemplo, em caso de lesão de um atleta. Mas também aí, a linguagem deve ser
usada com prudência, para não transformar o árbitro amigo dos atletas e, com
isso, perder sua autoridade.
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