sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Poder do corpo numa partida



 Foto: Fifa.com
A Fifa diz que a linguagem corporal é uma ferramenta que o árbitro usará para: ajudá-lo a controlar a partida, demonstrar sua autoridade e auto-controle. Ainda enfatiza que, a linguagem corporal não serve para explicar decisões tomadas. Essa importante ferramenta, não sei por quais motivos é pouquíssima utilizada pelos árbitros brasileiros nas competições nas federações estaduais, e sobretudo da CBF.
Enquanto no futebol brasileiro isso não acontece, no futebol europeu, mais precisamente na Uefa, em recente seminário em Nyon (Suíça), sede da entidade européia, o psicólogo Mattia Piffaretti, apresentou estudo comprobatório de que a utilização correta da epígrafe acima pode estabelecer relações com os atletas de futebol dentro do campo, e, ao mesmo tempo, ajudar a melhorar a atuação da arbitragem em prélios difíceis.
Na explanação, Piffaretti apresentou quatro motivos principais pelos quais a linguagem corporal é uma importante arma no arsenal dos árbitros.  Primeiro, a sua atividade é de caráter internacional, o que implica que lidam com pessoas de diferentes culturas; depois, a comunicação verbal pode ser complicada em jogos diante de torcedores extremamente ruidosos, tendo a linguagem corporal maior impacto nestas circunstâncias.
Além da velocidade com que as partidas são disputadas, a esse procedimento permite efeitos imediatos, evitando constantes paralisações, que seriam necessárias caso fosse abordar o atleta. E, por derradeiro, na maioria das vezes é complicado atingir o âmago do atleta através de palavras, sendo o uso de gestos bem mais efetivo.
O psicólogo enfatizou que a linguagem deve ser alterada conforme o clima do jogo, já que é uma forma de comunicação que precisa ser simultânea, natural e fluída. Numa análise simples: deve ser aplicada com quantidade, mas com qualidade.
A utilização da linguagem corporal numa partida de futebol exige conscientização, conhecimento cultural e inteligência emocional, acrescentou Piffaretti. Ela permite expressar pensamentos, intenções, estados de espírito através de sinais, o que significa que serão compreendidos quando partilhados.
Contudo, a linguagem corporal pode, por vezes, ser enganosa, pois mistura níveis de complexidade. É uma ferramenta muito poderosa, mas tem que ter cuidado ao usá-la. Determinados gestos podem estar vinculados a certas culturas e podem provocar diferentes interpretações. É de suma importância estar consciente das diferenças culturais e conhecê-las.
Mattia Piffaretti, finalizou sua palestra afirmando que a linguagem corporal, além de estabelecer relação com os atletas e manter a partida sob controle, transmite segurança, tranqüilidade, autoridade e até mesmo um lado humano do árbitro, para com os jogadores, por exemplo, em caso de lesão de um atleta. Mas também aí, a linguagem deve ser usada com prudência, para não transformar o árbitro amigo dos atletas e, com isso, perder sua autoridade.  

   

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