O
ex-árbitro de futebol da Federação Paranaense de Futebol, Rubens
Maranho (in memoriam), a quem qualifico como uma das maiores autoridades
no assunto arbitragem, quando dirigiu o extinto Departamento de
Árbitros da entidade (1982/1985), tinha por hábito realizar reuniões
semanais com o quadro de árbitros da entidade.
Nas reuniões, Maranho enfatizava que o indivíduo que almejasse
laborar na sibilina função de árbitro de futebol, dada a complexidade de
ter que interpretar e aplicar as Regras do Jogo de Futebol numa fração
de segundos, sem direito a equívocos, tinha que ter tendência, talento,
aptidão e, sobretudo, vocação.
O preâmbulo acima me veio a mente em Buenos Aires, quando navegava
na internet buscando notícias para esta coluna. Na ocasião,
encontrava-me sentado na arquibancada do estádio do Boca Juniors (La
Bombonera), onde estive a passeio na semana que passou.
E ao abrir o sítio da Federação Internacional de História e
Estatísticas do Futebol (IFFHS), que está sediada em Nuremberg
(Alemanha), deparei-me com o recente ranking daquela entidade
reconhecida pela Fifa, que versava sobre os melhores árbitros de futebol
do planeta.
E ao desnudar a indigitada lista não encontrei nenhum árbitro do
futebol brasileiro entre os vinte melhores do mundo. Não acreditei, e
decidi ler, rever e trever a lista dos melhores homens de preto, e, a
decepção foi total. Não encontrei ninguém. Por que não há um único nome
listado (pela IFFHS) da arbitragem nacional? Resposta: está faltando
talento, aptidão e vocação àqueles indicados pelas federações estaduais a
Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf) da CBF.
O ranking divulgado pela IFFHS é para ser meditado com muita
acuidade e desvelo pela direção da Confederação Brasileira de Futebol e
sua Comissão de Árbitros. A ausência de um membro do quadro nacional de
árbitros da CBF na nominada lista me dá uma certeza: Ou rompe-se o
modelo arcaico de formação e aprimoramento do árbitro de futebol no país
pentacampeão de futebol, e, implementa-se um novo modelo de gestão, em
especial aos árbitros pré-selecionados para a Copa de 2014, ou então,
nossos apitos serão meros coadjuvantes no próximo Mundial.
PS (2): Faço o notável registro de que o Blog Apito do Bicudo, desde a última quinta-feira está linkado com um dos mais conceituados sítios de arbitragem do Brasil. Falo do Voz do Apito (www.vozdoapito.com.br), que tem a direção do jornalista Pedro Paulo. Outrossim, me sinto lisonjeado com a deferência do jornalista em tela, e, por extensão, continuaremos nosso trabalho em benefício do aprimoramento e da melhora da qualidade da arbitragem brasileira, que vivencia momentos difíceis em termos qualitativos.
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