A escalada interminável dos erros de interpretação
e aplicação da Regra 11 – o impedimento, no Campeonato Brasileiro do ano em
curso, expõe de maneira irretocável a incapacidade de discernimento que tomou
de assalto o quadro de assistentes, que trabalham nas competições da CBF. Afora
uma ou outra exceção, a maioria esmagadora apresenta ingentes dificuldades no
momento de assinalar se um atleta está ganhando vantagem por estar naquela
posição, se está interferindo no jogo, se está interferindo num adversário ou
se encontra-se mais próximo da linha de meta adversária do que a bola e o
penúltimo defensor.
A raiz do problema está na falta de um projeto e na
ausência de gestão da CA/CBF, que a cada temporada equivocadamente realiza
seminários de requalificação à um grupo restrito de árbitros e assistentes
(Fifa, Asp/Fifa e quadro especial), enquanto os demais ficam na dependência de
palestras ou explicações, daqueles que participaram desses seminários.
O correto seria a CA/CBF destacar instrutores de
arbitragem, com notório conhecimento sobre as Regras de Futebol e realizar em
cada federação estadual, treinamentos de forma massificada com árbitros e
principalmente os assistentes, no que diz respeito a Regra XI.
Mas, é necessário que se estabeleça um padrão de
comportamento de interpretação e aplicação no que concerne ao “OFF SIDE”,
dentro do que preconiza a regra. Em assim agindo a CA/CBF, criaria oportunidade para que
os assistentes aproximem-se da uniformização de critérios no momento de
identificar se um atleta está ganhando vantagem por estar naquela posição, se
está interferindo no jogo, se está interferindo num adversário, ou se
encontra-se mais próximo da linha de meta adversária do que a bola e o
penúltimo defensor.
Finalizo dizendo que não é mais suficiente aos
árbitros assistentes do século XXI, estudarem a Regra XI, treinarem bom
posicionamento, terem máxima concentração e visão periférica, não abandonarem a
linha do penúltimo defensor ou, quando for o caso, da bola, ter tranquilidade,
aguardar alguns segundos para sinalizar ou não o impedimento.
É imperativo que a Fifa em conjunto com o
International Board, que têem demonstrado intransigência na implementação da
tecnologia no auxílio à arbitragem nos denominado lances polêmicos, em nome da
tradição, sigam o exemplo da tecnologia na linha do gol, lançada recentemente,
e, encomendem um estudo minucioso sobre a regra do impedimento.
PS: O futebol paranaense vivenciou duas arbitragens
de alto nível no final de semana que passou. No sábado, na Vila Capanema, na
partida Paraná/PR 1 x 0 Sport/PE, Célio Amorim, da Federação Catarinense de
Futebol e assistentes foram perfeitos. Vinte e quatro horas depois, no mesmo
local, Wagner Reway, da Federação do Mato Grosso, um dos apitos promissores da
arbitragem nacional, ultrapassou os limites da perfeição, no jogo Atlético/PR 2
x 0 Botafogo/RJ.
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