Na década de 90,
o mestre Telê Santana (in memoriam), um dos maiores técnicos que conheci na
minha trajetória no futebol, perguntado sobre a expulsão de um dos seus atletas
logo no início do jogo, afirmou: a Fifa poderia propiciar aos treinadores de
futebol em todo o mundo, a oportunidade de quando um atleta estiver sob forte
pressão, correndo o risco eminente de ser expulso, quem sabe criar outro tipo
de cartão, o que impediria o jogador de ser alijado da continuidade do jogo e,
por consequência, não prejudicaria a armação tática da sua equipe.
Questionado que
cartão poderia ser implementado, já que universalmente a entidade internacional
que comanda o futebol, estabeleceu os cartões amarelo e vermelho, a partir da
Copa do Mundo de 1970 no México, Telê respondeu: o cartão azul. Inquirido sobre
a forma disso acontecer, o mestre sugeriu que o atleta penalizado com o cartão
em tela, deveria ficar dois minutos fora do campo de jogo e só retornar ou não
à partida, após uma análise do treinador.
O futebol paulista
realizou essa experiência (cartão azul) recentemente, e chegou a fazer uma
demonstração à International Board, mas o fato não vingou. Agora, há poucos
dias na cidade de Bolonha (Itália), o cartão azul voltou a chamar a atenção do
mundo da arbitragem em escala mundial, já quem vem sendo utilizado num
campeonato amador daquela cidade.
Segundo Andrea
de David, presidente da Liga Amadora de Bolonha, o cartão azul, está sendo
usando na sua liga da seguinte forma: o atleta que desaprovar com gestos ou
palavras exacerbadas as decisões do árbitro, desde que não sejam ofensivas ou
tiver um desentendimento verbal com o adversário, é punido com oito minutos de
descanso. Após uma conversa com o
técnico, se o jogador penalizado com o cartão, demonstrar que está consciente
do ocorrido, retorna ao campo de jogo, senão é substituído. Se o mesmo atleta
cometer qualquer outra infração após o retorno, é expulso (cartão
vermelho).
A CBF que
promove inúmeros campeonatos, dentre os quais o Sub-15, Sub-17, Sub-20, e por
ser o futebol brasileiro o único pentacampeão da modalidade, poderia propor e
realizar esse tipo de ensaio nas competições aqui nominadas.
Basta encaminhar
um projeto nesse sentido, a Fernando Fressato (Espanha) e Massimo Busacca
(Suíça), os responsáveis pela triagem para o International Board, das propostas
de experiências e de possíveis alterações nas Regras de Futebol. Os técnicos de
futebol ficariam muitíssimo agradecidos aos que comandam o futebol em Zurique,
e o imortal Telê Santana, no Céu ao lado do Senhor, ficaria exultante.
Divulgação
PS: Sandro Meira
Ricci (foto/Fifa/PE), o árbitro de Atlético/PR 2 x 1 Coritiba/PR, fez uma arbitragem
transparente, discreta, objetiva e com critérios definidos nos quatro quesitos
exigidos pela Fifa. 1) Tático, posicionamento perfeito em todo o transcorrer da
partida. 2) Físico, acompanhou todos os lances com deslocamentos de pequena,
média e alta intensidade, sem demonstrar nenhuma deficiência. 3) Psicológico, pressionado interna e externamente em
diferentes situações, demonstrou o equilíbrio que a Fifa exige de um árbitro,
que está a caminho da Copa do Mundo de 2014. 4) Técnico, exibiu conhecimento,
interpretou e aplicou as Regras de Futebol, com brilhantismo.
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