O presidente eleito da CBF, Marco Polo Del Nero (foto ao lado de José Maria Marin), banca a decisão dos
árbitros brasileiros contra os comentários da Fifa e também rebate:
ninguém na entidade é "leviano". Na última quarta-feira, em entrevista a
jornalistas brasileiros, o chefe de arbitragem da Fifa, Massimo
Busacca, negou que haja uma orientação da entidade para apitar pênalti
ou falta em qualquer bola na mão, como tem sido o comportamento dos
árbitros brasileiros.


Suas declarações causaram mal-estar dentro
da CBF e entre os árbitros. No Brasil, o chefe da comissão de arbitragem
da CBF, Sérgio Corrêa, insistiu que as novas orientações eram uma
recomendação da Fifa e que teria sido o uruguaio Jorge Larrionda,
instrutor da Fifa, quem passou as novas ordens. "O Sergio Correa
respondeu lá no Brasil", declarou Del Nero nesta quinta-feira na Fifa.
"Nós temos os vídeos, as provas. Ele não é leviano", insistiu.
Na
quarta-feira, a Fifa insistiu que "nunca mudou" a "regra da bola na mão"
e criticou o comportamento dos árbitros no Brasil. Para a entidade, os
árbitros precisam "ler a situação" e não dar falta a cada bola que toque
a mão. "A mão faz parte do jogador. Não há como pensar em um jogador
sem mãos", indicou Busacca.
Nas últimas semanas, a arbitragem no
Campeonato Brasileiro tem causado diversas polêmicas, em especial por
conta de lances de mão na bola. A diretriz da CBF sobre da "mão na bola"
aponta para uma direção exatamente contrária à avaliação de Busacca.
A
recomendação "une a mão intencional com o toque teoricamente não
proposital e intensifica as marcações de infrações, mas levando em
consideração fatores como a distância entre o atleta que tocou na bola e
aquele que chutou". Na prática, a recomendação restringe a
interpretação de que possa haver um movimento de bola na mão.
Na
Fifa, a recomendação surpreendeu. Segundo Busacca, "não se pode dar
falta a qualquer toque de mão. "Isso é um absurdo", declarou. Para ele, o
que precisa ser pensado é se a mão de um jogador estava ou não no local
de forma "natural ou não-natural".
"Um jogador precisa de sua mão
e de seu braço para correr, para se equilibrar e para saltar", disse.
"Não se pode jogar sem mão", declarou. Para ele, questionar isso é
"desrespeitar o atleta". Outro fator, segundo ele, que precisa ser
avaliado é se o toque foi "intencional ou não". "Quando um jogador tenta
fazer seu corpo maior usando a mão, isso deve ser punido", disse.
Busacca
insiste que, em seu trabalho, tem reforçado a ideia de que os árbitros
precisam ir além das regras escritas e saber "ler" uma situação. "O juiz
não pode só pensar como juiz e apenas aplicar o que está escrito",
disse. "Um juiz precisa se colocar no lugar do jogador e entender um
movimento", completou. Nesta semana, o presidente da CBF, José Maria
Marin, deixou claro que estava "insatisfeito" com a arbitragem no
Brasil.
Fonte: http://www.emresumo.com.br - Por Jamil Chade - Zurique
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