domingo, 21 de setembro de 2014

Por que a arbitragem brasileira está em crise?


A resposta para o título acima é óbvia: Porque a CBF e as federações de futebol ao invés de modernizar e preparar o árbitro, que é uma das personagens mais importante do futebol, visando a sua capacitação em consonância com o modelo de arbitragem que se pratica no século 21, optou pelo continuísmo no setor do apito.
  
Continuísmo que está impregnado na CA/CBF - Comissão de Arbitragem da entidade - que há anos é formada pelas mesmas pessoas com métodos que beiram a obsolescência. Continuísmo que é explicitado anualmente, na indicação “política” pelos presidentes das federações estaduais, com raras exceções, de pessoas que nunca apitaram uma partida de futebol de meninos de conjunto habitacional, para exercerem as dificílimas funções de assessor, delegado especial e tutor de árbitros em todas as competições da entidade.

No parágrafo acima um detalhe: Se observarmos com atenção alguns assessores, delegados e tutores de arbitragem, veremos que tem gente se locomovendo com dificuldades e já há quem apresente sinais de decadência o que é inerente a natureza humana. Esse setor exige uma oxigenação imediata dado a sua importância.    
  
Continuísmo que é observado na composição da Renaf – Relação Nacional de Árbitros de Futebol, que está “inchada” mas falta qualidade. A meritocracia, exigência “sine qua non” para ser indicado para o teste seletivo da Renaf, há muito tempo vem perdendo espaço em detrimento do “apadrinhamento” vergonhoso que se estabeleceu a cada temporada na indicação de árbitros e assistentes. Lembro que a Renaf num pretérito não muito distante, era considerada uma das “jóias” da arbitragem nacional.

Continuísmo que espalhou-se tal qual metástase na composição dos membros das comissões de arbitragens, nas escolas de formação de árbitros das federações e na didática ministrada pelos seus “professores”. É de lá que surgem pela ausência de uma visão estratégica, os árbitros e bandeiras mal formados. Parte desse contingente são indicados e aprovados para a Renaf. O resultado dessa formação inadequada, é transformada na catástrofe de tomadas de decisões equivocadas das Regras de Futebol, que vivenciamos de terça-feira à domingo, nas competições da CBF.

Portanto, a entrevista do presidente José Maria Marin (foto), na semana que passou, de que está insatisfeito com o desempenho da confraria do apito brasileiro é verídica. Resta saber, se há interesse do mandatário da CBF em implementar medidas eficazes no sentido de melhorar a qualidade das decisões do homem de preto do futebol pentacampeão.

Para isso acontecer é imperativo uma mudança radical, sangue novo, a partir da CA/CBF. Posteriormente, uma profilaxia na Renaf. Ato contínuo, uma renovação total no quadro de delegados especiais, de observadores e tutores de árbitros. E, por derradeiro, a implementação de uma nova composição e metodologia na Escola Nacional de Arbitragem da CBF.

PS: Aqui está o Raio-X do apito nacional. Vamos aguardar o que fará o responsável pelo comando do futebol brasileiro e se sua insatisfação é pra valer, ou apenas mais uma "cortina de fumaça" e quais serão as medidas efetivas que irá colocar em prática,  objetivando melhorar a qualidade dos nossos árbitros no campo de jogo.    

Um comentário:

  1. Concordo. Tem que acabar com o continuísmo. No Paraná, Afonso Vitor, No RS, o Luiz Fernando, no Rio, o de menor idade entre os demais e quase 10 anos na frente do apito, o Jorge Rabello, em SP, o Marinho e assim vai. Tem que renovar tudo, inclusive na mídia, com um monte de comentaristas antiquados e obsoletos. O Bicudo tá certo! Fora esta velharada carcomida pelo tempo.

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