sexta-feira, 19 de junho de 2015

Há 45 anos Pelé já ensinava Neymar


No dia 17 de junho de 1970, na semifinal da Copa do Mundo no México, jogaram Brasil x Uruguai. A imprensa europeia conhecedora da qualidade da esquadra brasileira e da boa performance durante o Mundial, ressuscitou naquele confronto o chamado “Maracanazo” de 1950 – o objetivo principal foi tentar desestabilizar psicologicamente o escrete canarinho. O Brasil tomou o primeiro gol, empatou ainda no primeiro tempo e na segunda fase aplicou um baile na Celeste Olímpica, fazendo 3 x 1.

Naquela partida, Pelé, o atleta do século, foi “caçado” incansavelmente pelos uruguaios. Houve um revezamento entre Manero, Anchieta, Fontes, Esparrago, Ubinas, Matosas e Mujica, sob os olhares complacentes do árbitro espanhol José Ortiz Mendizabal.

Além disso, o Uruguai tinha um belo conjunto formado basicamente pelo Nacional e o Penharol - e aproveitando-se da “onda” criada em torno do “Maracanazo”, além de jogar muto bem, os hermanos bateram um pouco acima do limite com a conivência e omissão do árbitro.

Com o jogo decidido em favor do Brasil, Pelé recebeu uma bola no campo de defesa do nosso escrete e num pique fantástico cruzou a linha do meio-campo, perseguido por Fontes que o havia “caçado” inúmeras vezes durante a peleja. 
O Rei do futebol (foto) num olhar de milésimos de segundos, vislumbrou a posição do árbitro e desferiu violenta cotovelada no nariz de Fontes, e, ato contínuo, jogou-se ao solo. O árbitro Mendizabal, marcou falta a favor do Brasil e aplicou uma reprimenda verbal exacerbada em Fontes.

Anos mais tarde, Pelé, o craque da Copa de 70, no programa do apresentador Flavio Cavalcanti (in memoriam), questionado pelo apresentador sobre o jogo e os motivos que o levaram a suportar tamanha agressividade dos uruguaios naquele prélio, e o porquê da cotovelada em Fontes, respondeu: todo mundo sabia que o Brasil possuía a melhor equipe daquela competição, e o momento que eu vivia era fantástico e se passássemos pelo Uruguai a Taça Jules Rimet seria nossa definitivamente. A final seria apenas um detalhe.

Quanto a cotovelada em Fontes, disse Pelé: eles sabiam do meu potencial e obviamente jogaram deslealmente em várias oportunidades objetivando me desestabilizar. Mas eu estava muito consciente da importância daquela Copa e, por isto, só reagi quando tive a certeza de que o placar era nosso, e, o campo de visão do árbitro não teria condições de observar a minha ação, - ( a cotovelada).

O artigo em tela deveria servir de exemplo para Neymar, o principal atleta do Brasil. Pois, se ele almeja ser o melhor do planeta na modalidade, deveria se espelhar no equilíbrio psicológico, na agudez de espírito de Pelé como jogador no campo de jogo.

Já que, dado o seu crescimento técnico e o talento inominável que possui, sofrerá constantemente provocações dos adversários e o equilíbrio psicológico será a sua principal arma para superar as adversidades. 

PS: O comportamento infantil, irresponsável, destemperado do atacante Neymar da Seleção Brasileira, no prelio contra a Colômbia - se praticado no Liga Espanhola ou nos torneios da Uefa, resultaria numa punição muito mais severa do que a aplicada pela Conmebol. Aliás, lá ele não faria o que fez, até porque a lei é cumprida à risca. Tanto é verdade, que Neymar e seu genitor estão tendo problemas com a Justiça da Espanha e quem acompanha o noticiário internacional, está por dentro da encrenca que o jovem atacante brasileiro irá enfrentar nos próximos meses com o fisco e a Justiça da Espanha.  

PS (2) : O delegado designado pela Conmebol na partida Brasil 0 x 1 Colômbia, o uruguaio Washington Rivero, relatou no seu relatório e a notícia está em todos os jornais,  sites e blogs da mass média  Sul-Americana, que o atacante Neymar,no túnel que dá acesso aos vestiários das equipes e da arbitragem, além de insultar o árbitro do jogo, Enrique Osses com palavras inadequadas à um atleta de alto nível, puxou a camisa de Osses.  Na Europa ou na Fifa, a atitude destemperada de Neymar como a aqui mencionada, é suspensão de 6 a 10 jogos, mais multa pesada. No Brasil onde é "idolo", dificilmente o atleta em tela seria punido - e se fosse penalizado, teria a complacência do "vergonhoso" CÓDIGO BRASILEIRO DE JUSTIÇA DESPORTIVA (CBJD), que prevê efeito suspensivo para infratores.





Nenhum comentário:

Postar um comentário