quinta-feira, 16 de julho de 2015

Arbitragem exige planejamento e organização



Continua a “chororô” de alguns setores dos homens do apito porque usei a expressão: “Voltem para Tocantis”, na última segunda-feira, contra a dupla Alisson Furtado (árbitro) e Gilvan Medrado (assistente), ambos da Federação Tocantinense de Futebol. Furtado e Medrado, atuaram no domingo que passou, na partida São Paulo/SP 3 x 1 Coritiba. Mantenho as afirmações que fiz aqui neste espaço, por questão de coerência e, principalmente, porque o futebol pentacampeão do mundo exige e merece uma arbitragem de melhor qualidade. 

submeter-se a um processo de requalificação com instrutores de arbitragem de alto nível, se prepararem como sugeri, para então voltarem qualificados para atuarem nos jogos do Campeonato Brasileiro da Série (A), não é preconceito
Um árbitro preparado detecta os problemas sejam eles de ordem administrativa, técnica ou disciplinar e antecipa-se com medidas eficazes pra solucioná-las. É reconhecendo de maneira antecipada as dificuldades que irá em conjunto com os assistentes e o quarto árbitro controlá-as.  

Por que é determinado pela CA/CBF na Circular 26/2015, que a arbitragem planeje e organize a sua viagem desde o momento que recebe a designação do confronto que vai comandar? Para que haja uma interação entre (juiz e bandeiras), sobre os prós e os contra do jogo que irão dirigir. 

No planejamento e organização de um quarteto dos homens de preto, estão inseridos o dia e como será feito o deslocamento até o local da partida, onde ficarão hospedados, incluindo a chegada na cidade e, posteriormente, ao estádio, bem como o retorno ao hotel e a cidade de origem de cada componente do quarteto. O meio de transporte de acordo com o regulamento da competição que será utilizado (carro, ônibus ou avião). 

No planejamento e na organização está preceituado a chegada ao estádio duas horas antes do início do jogo, objetivando que a arbitragem faça o reconhecimento do vestiário que irá ocupar e se ele está de acordo com as exigências do regulamento das competições da CBF. As condições do campo de jogo, segurança, e o estabelecimento de um colóquio verbal com o chefe do policiamento, ouvindo e solicitando educadamente junto a esse comandante da Polícia Militar, as providências que julgar necessárias para segurança do quarteto de árbitros e dos atletas.

E, por derradeiro, antes do aquecimento e entrada no campo de jogo de forma definitiva, o quarteto de arbitragem deve reunir-se a sós e ali discorrer sobre o comportamento das equipes, dos técnicos, dos atletas do banco de reservas, do massagista, do preparador físico, dos gandulas, sobre a presença de um corpo estranho no campo ou outras variáveis nas adjacências do gramado, que tipo de sinais, fala, olhares serão trocados entre o árbitro, assistente e quarto árbitro durante a partida independente dos acontecimentos, e testar as bandeiras e o ponto eletrônico. E, por derradeiro dois, o árbitro tem que ter arquitetado no seu intelecto um projeto de como vai dirigir a partida, independente das peculiaridades que ela apresentar. 

PS: Ao árbitro do século 21 não basta ostentar o diploma ou a insígnia da CBF. Tem que participar de cursos de capacitação continuada, ler, reler e trever o livro REGRAS DE FUTEBOL e as normas e diretrizes da CA/CBF. Preparar-se fisicamente, interagir com a comissão de árbitros, com ex-árbitros de notória capacidade via WatsApp ou e-mail, e discutir as várias nuances que vivencia um árbitro na sua carreira. Quem agir assim alcançará o topo da arbitragem.

PS (2): Quanto a arguição de que o árbitro precisa ser profissional para preencher os requisitos aqui mencionados a afirmação é uma galhofa. Há dois anos foi sancionada pela presidente da República a Lei nº 12.867/13, reconhecendo a atividade dos apitos como profissional. “Estranhamente” de lá para cá, os maiores interessados, os árbitros, nunca moveram um décimo de milímetro para a concretização do fato. 

PS (3): Tanto é verdade a nossa crítica, que há mais de uma década a CBF explora diferentes logomarcas de multinacionais na indumentária dos árbitros brasileiros que laboram nas competições da CBF, e é sabido que a entidade não lhes dá um único centavo em troca. E, o pior: Ninguém vinculado a arbitragem até a presente data reivindicou o fim dessa exploração vergonhosa.

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