Discutiu-se muito durante e após o jogo São Paulo/SP 3 x 1
Coritiba/PR, realizado na manhã do último domingo (12), os erros de
posicionamento e a insegurança demonstrada nas tomadas de decisões equivocadas
do árbitro Alissson Furtado e do assistente Gilvan Cavalcante Medrado na
condução daquele prelio. O apito e o bandeira da Federação Tocantinense de
Futebol, diante do acontecido deveriam passar por uma requalificação de como interpretar
e aplicar as regras e a Circular nº 26/2015.
Criticar e apontar os equívocos da nominada dupla não é difícil.
O nó da questão é decifrar as causas que levaram os árbitros em tela a um comportamento
claudicante em vários momentos do jogo.
Vamos as causas: primeira, Furtado e Gilvan, nunca haviam
laborado numa partida com o espaço físico do Morumbi e com a presença de
público expressivo, tal como aconteceu no domingo pela manhã. O site de
arbitragem da CBF enumera com precisão os jogos em que eles foram escalados.
Segunda, a juventude de Alisson Furtado, 28 anos, pesou
sobremaneira no seu comportamento balbuciante. Faltou-lhe orientação
psicológica. Terceira, Furtado e seu compatriota atuam em um dos campeonatos
regionais mais pobres em termos qualitativos do futebol brasileiro, que é o de
Tocantis. No Campeonato Brasileiro da Série (A), a qualidade, os interesses e a
visibilidade dos jogos é infinitamente superior.
Quarta e a mais importante causa: Furtado formou-se árbitro em
2009 e a exemplo da maioria esmagadora dos homens de preto que são formados
anualmente pelas federações de futebol, é mais uma “vítima” que após a
formatura é escalado sem a devida orientação, sem acompanhamento, sem
participar de um seminário, de um curso, de um painel com instrutores
qualificados. Só podia dar “chabu”.
Que o episódio ocorrido com a arbitragem no Morumbi sirva de
exemplo e a partir do fato em tela, o árbitro ou assistente indicado para fazer
teste na Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf) - seja devidamente
preparado na sua federação de origem, e, quando designado para jogos do
Brasileirão na Série (A) de maior robustez, seja submetido ao crivo dos
instrutores da CA/CBF.
PS: É notória a ausência de investimentos de todas as federações
estaduais de futebol no setor das arbitragens, mas, essas mesmas federações
descobriram na confecção aleatória dos cursos de árbitros, um verdadeiro
“nicho” de arrecadar dinheiro. O resultado do lucro fácil em detrimento da
qualidade é uma avalanche de árbitros malformados.
PS (2): A Medida Provisória 671/2015, continha no seu bojo o
percentual de 0,5% do montante do lucro da TV, à confraria do apito brasileiro.
Esta quantia foi mantida e aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal. Agora, a MP irá para a sanção da presidente Dilma Rousseff.
PS (3): Os méritos por tão expressiva conquista, devem ser
direcionados à diretoria da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) -
que sob a regência de Marco Antonio Martins, estabeleceram um propósito
uniforme nesse tema e alcançaram o objetivo, que trará dividendos financeiros
substanciosos aos juízes e bandeiras do futebol pentacampeão do planeta.
PS (4): É latente aos
olhos de todos a significativa melhora da arbitragem neste Campeonato Brasileiro.
Porém, o lançamento e/ou experimento com alguns árbitros e bandeiras que não
atuaram em nenhuma partida da Série (A) do Brasileirão na 14ª rodada e a
continuidade com aqueles que apresentaram deficiências, vai esculhambar muito
em breve todo o trabalho que a CA/CBF vem fazendo e jogá-lo na lata do lixo.
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