terça-feira, 14 de julho de 2015

Será que eles passaram pelo crivo?



Discutiu-se muito durante e após o jogo São Paulo/SP 3 x 1 Coritiba/PR, realizado na manhã do último domingo (12), os erros de posicionamento e a insegurança demonstrada nas tomadas de decisões equivocadas do árbitro Alissson Furtado e do assistente Gilvan Cavalcante Medrado na condução daquele prelio. O apito e o bandeira da Federação Tocantinense de Futebol, diante do acontecido deveriam passar por uma requalificação de como interpretar e aplicar as regras e a Circular nº 26/2015.

Criticar e apontar os equívocos da nominada dupla não é difícil. O nó da questão é decifrar as causas que levaram os árbitros em tela a um comportamento claudicante em vários momentos do jogo.

Vamos as causas: primeira, Furtado e Gilvan, nunca haviam laborado numa partida com o espaço físico do Morumbi e com a presença de público expressivo, tal como aconteceu no domingo pela manhã. O site de arbitragem da CBF enumera com precisão os jogos em que eles foram escalados. 

Segunda, a juventude de Alisson Furtado, 28 anos, pesou sobremaneira no seu comportamento balbuciante. Faltou-lhe orientação psicológica. Terceira, Furtado e seu compatriota atuam em um dos campeonatos regionais mais pobres em termos qualitativos do futebol brasileiro, que é o de Tocantis. No Campeonato Brasileiro da Série (A), a qualidade, os interesses e a visibilidade dos jogos é infinitamente superior.

Quarta e a mais importante causa: Furtado formou-se árbitro em 2009 e a exemplo da maioria esmagadora dos homens de preto que são formados anualmente pelas federações de futebol, é mais uma “vítima” que após a formatura é escalado sem a devida orientação, sem acompanhamento, sem participar de um seminário, de um curso, de um painel com instrutores qualificados. Só podia dar “chabu”. 

Que o episódio ocorrido com a arbitragem no Morumbi sirva de exemplo e a partir do fato em tela, o árbitro ou assistente indicado para fazer teste na Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf) - seja devidamente preparado na sua federação de origem, e, quando designado para jogos do Brasileirão na Série (A) de maior robustez, seja submetido ao crivo dos instrutores da CA/CBF. 

PS: É notória a ausência de investimentos de todas as federações estaduais de futebol no setor das arbitragens, mas, essas mesmas federações descobriram na confecção aleatória dos cursos de árbitros, um verdadeiro “nicho” de arrecadar dinheiro. O resultado do lucro fácil em detrimento da qualidade é uma avalanche de árbitros malformados.

PS (2): A Medida Provisória 671/2015, continha no seu bojo o percentual de 0,5% do montante do lucro da TV, à confraria do apito brasileiro. Esta quantia foi mantida e aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Agora, a MP irá para a sanção da presidente Dilma Rousseff. 

PS (3): Os méritos por tão expressiva conquista, devem ser direcionados à diretoria da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) - que sob a regência de Marco Antonio Martins, estabeleceram um propósito uniforme nesse tema e alcançaram o objetivo, que trará dividendos financeiros substanciosos aos juízes e bandeiras do futebol pentacampeão do planeta.

PS (4): É latente aos olhos de todos a significativa melhora da arbitragem neste Campeonato Brasileiro. Porém, o lançamento e/ou experimento com alguns árbitros e bandeiras que não atuaram em nenhuma partida da Série (A) do Brasileirão na 14ª rodada e a continuidade com aqueles que apresentaram deficiências, vai esculhambar muito em breve todo o trabalho que a CA/CBF vem fazendo e jogá-lo na lata do lixo.

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