Altemir Hausmann, Pierluigi Collina, Roberto Braatz e Carlos Simon, durante o Mundial de 2010 na África do Sul deverão marcar presença no cinquentenário do ex-árbitro gáucho
Anaf em
Brasília
Dirigentes
da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) - rumam à Brasília nesta
segunda-feira, onde serão recebidos na terça (18), por membros do ministério do
Esporte. O objetivo do encontro, visa esclarecer a importância do 0,5% como
direito de arena que consta no bojo da (MP) Medida Provisória (671/2015) à
categoria dos homens de preto - mas foi vetado pela presidente Dilma Rousseff, no
último dia 4.
Anaf em Brasília (2)
Além
da dissertação sobre o significado da concessão do direito de arena aos
árbitros, a Anaf, deverá solicitar o empenho político do ministro
do Esporte junto ao Congresso Nacional, para derrubar o artigo que vetou o porcentual de 0,5% que constava na aludida MP - quando ela
retornar ao Congresso Nacional. A MP 671/2015, tem duração de sessenta dias,
prorrogável uma vez por igual período.
Clima desfavorável
Embora
respeite a posição da Anaf em ir até o Distrito Federal, é clarividente que o
momento político que vivencia o País é impróprio para se fazer qualquer
reivindicação. O establishment político está com as atenções voltadas para o
impeachment da presidente, a operação lava-jato, a recondução ao cargo de
Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, com a CPI do futebol no Senado
Federal, a política econômica etc.... Portanto, é bom ir devagar com o andor
porque o santo é de barro.
Clubes lideraram o veto
Segundo
a coluna Painel/Esporte da Folha de São Paulo, do sábado (15) - assinada pelo
jornalista Marcel Rizzo, o veto do porcentual de 0,5% a confraria do apito
brasileiro foi um pedido dos cartolas que dirigem os clubes de futebol. Os
dirigentes foram explícitos em afirmar que, se o benefício fosse concedido aos
apitos e bandeiras, obviamente, gandulas, médicos, técnicos, preparadores físicos
que têm suas imagens exibidas na TV - seriam os próximos a pedir o direito de
arena e o “bolo” financeiro dos clubes iria diminuir.
A união faz a força
O
veto ao direito de arena aos homens de preto foi uma conquista expressiva da
cartolagem que gere os destinos do futebol no Brasil. Bem como exibe, a face
corporativista dos dirigentes e expõe aos líderes da Anaf e aos próprios
árbitros a importância de uma categoria unida em torno de um objetivo.
Falta planejamento
Todos
os segmentos do futebol brasileiro evoluíram nas últimas décadas - menos a
arbitragem. Dois exemplos característicos da ausência de evolução do árbitro, foram
a lei da profissionalização e o veto aos 0,5% como direito de arena. Em ambos
os casos, observei a falta de planejamento. Planejamento que consiste em uma
importante tarefa de gestão e administração,
que está relacionada com a preparação, organização e
estruturação de um determinado objetivo. O que desejam os
árbitros? Primeira palavra: planejamento. A partir daí as coisas poderão mudar,
mas depende do planejamento.
Puxada de tapete (1)
O
episódio do 0,5% não foi a primeira puxada de tapete imposta aos homens do
apito no Brasil. A primeira, aconteceu quando da sanção da Lei Nº 12.867, de 11
de outubro de 2013, que reconheceu a atividade do árbitro como profissional – embora
tenha sido reconhecido como categoria profissional, a lei em tela não permite
que o árbitro tenha vínculo com a CBF e nem com as federações de futebol. Além
disso, a nominada lei não dá direito ao árbitro de ter carteira assinada,
férias, 13º salário, Fundo de Garantia, ao INSS, que dirá aposentadoria. Aliás,
daqui a cinquenta e sete dias faz dois anos que a indigitada lei foi sancionada
pela presidente Dilma Rousseff.
Puxada de tapete (2)
Diante
da segunda subtração na “mão grande” dos direitos à arbitragem por falta de
planejamento, é imperativo que a Anaf planeje melhor quem deve ser os
interlocutores da categoria dos apitadores na Câmara Federal e no Senado da
República. Porque em ambos os casos, ficou explícita a ausência de força
política nas duas instituições no Distrito Federal, para alcançar os objetivos
dos apitos e bandeirinhas. Uma andorinha só e deputado de primeiro mandato, que
ainda não conhece os labirintos do Congresso Nacional, onde são discutidas e
decididas as questões nacionais não fazem milagre. “Errar é humano, persistir
no erro é burrice
Na Europa é útil, aqui....(1)
Inserido
nas Regras de Futebol pelo International Board (IFAB), os árbitros assistentes
adicionais (AAA), são vistos em ação semanalmente em todas as competições Uefa
– inclusive, no maior torneio de futebol de clubes e craques do planeta a
Champions League. Lembro que os (AAA) é uma criação de Michel Platini, presidente
da Uefa, e aos (AAA) são atribuídas no manual de regras da Fifa e do (IFAB),
funções específicas que são exercidas nos torneios da entidade europeia.
Na Europa é útil, aqui....(2)
Na
semana passada, durante oito dias, os (AAA) da Uefa foram submetidos a um
seminário de requalificação na sede da instituição em Nyon (Suíça). O curso de
capacitação continuada aos (AAA), foi ministrado pelos instrutores, Hugh Dallas, Marc Batta, Vladimir Sajn,
membros do Comitê de Arbitragem da Uefa e o P.h.d em educação física, o Dr.
Werner Helsen, preparador físico dos árbitros da Uefa e da Fifa.
Na Europa é útil, aqui....(3)
No futebol brasileiro os (AAA) foram
implementados de forma equivocada, tiveram seu raio de ação tolhido e por isto
sofreram forte rejeição. Além do motivado, a cartolagem que comanda os clubes
fez pressão em cima da CBF alegando que os (AAA) elevavam os custos “financeiros” das equipes.
Resultado: na contramão da evolução e desmentindo a propaganda enganosa de que
a atual administração da CBF realiza investimentos substanciosos na qualificação
do seu quadro de arbitragem, os (AAA) foram extintos das competições da CBF.
Cinquentenário de Simon
No próximo dia 5 de setembro, Porto Alegre
(RS), vai se transformar na capital do futebol e da arbitragem. Neste dia, o
ex-árbitro e atual comentarista de arbitragem Carlos Eugênio Simon, irá
comemorar 50 anos de idade. O melhor árbitro do futebol brasileiro de todos os
tempos, convidou para o ágape na capital gaúcha, os seus amigos, os principais políticos,
dirigentes, atletas, árbitros do futebol brasileiro e internacional com os
quais conviveu ao longo da sua trajetória, e os assistentes que com ele
laboraram nos Mundiais da Fifa em 2002 na Coréia do Sul/Japão, 2006 na Alemanha
e 2010 na África do Sul. Simon e o colombiano Oscar Ruiz, são os únicos apitos
do futebol Sul-Americano que participaram de três Copas do Mundo consecutivas.
Belíssimas arbitragens
Raphael Claus (Fifa/SP), o árbitro de Vasco
da Gama/RJ 0 x 1 Coritiba, sábado no Maracanã, demonstrou inteligência e muito
equilíbrio na condução da referida partida. Ótima arbitragem. Já na Arena da
Baixada, no confronto Atlético/PR 0 x 0 Santos/SP, Bruno Arleu de Araujo
(CBF-2/RJ), estreante na Série (A) do Campeonato Brasileiro, deixou a impressão
de que é um árbitro com futuro promissor. Já Marielson da Silva (CBF-1/BA), no prélio
São Paulo/SP 0 x 3 Goiás/GO, fazia um trabalho de gente de grande, mas de
repente “amarelou” e deixou de assinalar um pênalti “escandaloso” a favor do
Goiás. A impressão que tive é de que no
momento da não marcação do penal, Silva imaginou que estava apitando o
Campeonato Baiano. Aqui foi quebrada a corrente positiva das belíssimas
atuações dos jogos de sábado. Arbitragem meia-boca.
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