domingo, 16 de agosto de 2015

Raio-X da arbitragem

   Altemir Hausmann, Pierluigi Collina, Roberto Braatz e Carlos Simon, durante o Mundial de 2010 na África do Sul deverão marcar presença no cinquentenário do ex-árbitro gáucho
Anaf em Brasília
Dirigentes da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) - rumam à Brasília nesta segunda-feira, onde serão recebidos na terça (18), por membros do ministério do Esporte. O objetivo do encontro, visa esclarecer a importância do 0,5% como direito de arena que consta no bojo da (MP) Medida Provisória (671/2015) à categoria dos homens de preto - mas foi vetado pela presidente Dilma Rousseff, no último dia 4.
Anaf em Brasília (2)
Além da dissertação sobre o significado da concessão do direito de arena aos árbitros, a Anaf, deverá solicitar o empenho político do ministro do Esporte junto ao Congresso Nacional, para derrubar o artigo que vetou o porcentual de 0,5% que constava na aludida MP - quando ela retornar ao Congresso Nacional. A MP 671/2015, tem duração de sessenta dias, prorrogável uma vez por igual período.
Clima desfavorável
Embora respeite a posição da Anaf em ir até o Distrito Federal, é clarividente que o momento político que vivencia o País é impróprio para se fazer qualquer reivindicação. O establishment político está com as atenções voltadas para o impeachment da presidente, a operação lava-jato, a recondução ao cargo de Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, com a CPI do futebol no Senado Federal, a política econômica etc.... Portanto, é bom ir devagar com o andor porque o santo é de barro.
Clubes lideraram o veto
Segundo a coluna Painel/Esporte da Folha de São Paulo, do sábado (15) - assinada pelo jornalista Marcel Rizzo, o veto do porcentual de 0,5% a confraria do apito brasileiro foi um pedido dos cartolas que dirigem os clubes de futebol. Os dirigentes foram explícitos em afirmar que, se o benefício fosse concedido aos apitos e bandeiras, obviamente, gandulas, médicos, técnicos, preparadores físicos que têm suas imagens exibidas na TV - seriam os próximos a pedir o direito de arena e o “bolo” financeiro dos clubes iria diminuir.
A união faz a força
O veto ao direito de arena aos homens de preto foi uma conquista expressiva da cartolagem que gere os destinos do futebol no Brasil. Bem como exibe, a face corporativista dos dirigentes e expõe aos líderes da Anaf e aos próprios árbitros a importância de uma categoria unida em torno de um objetivo.
Falta planejamento
Todos os segmentos do futebol brasileiro evoluíram nas últimas décadas - menos a arbitragem. Dois exemplos característicos da ausência de evolução do árbitro, foram a lei da profissionalização e o veto aos 0,5% como direito de arena. Em ambos os casos, observei a falta de planejamento. Planejamento que consiste em uma importante tarefa de gestão e administração, que está relacionada com a preparação, organização e estruturação de um determinado objetivo. O que desejam os árbitros? Primeira palavra: planejamento. A partir daí as coisas poderão mudar, mas depende do planejamento.
Puxada de tapete (1)
O episódio do 0,5% não foi a primeira puxada de tapete imposta aos homens do apito no Brasil. A primeira, aconteceu quando da sanção da Lei Nº 12.867, de 11 de outubro de 2013, que reconheceu a atividade do árbitro como profissional – embora tenha sido reconhecido como categoria profissional, a lei em tela não permite que o árbitro tenha vínculo com a CBF e nem com as federações de futebol. Além disso, a nominada lei não dá direito ao árbitro de ter carteira assinada, férias, 13º salário, Fundo de Garantia, ao INSS, que dirá aposentadoria. Aliás, daqui a cinquenta e sete dias faz dois anos que a indigitada lei foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff.    
Puxada de tapete (2)
Diante da segunda subtração na “mão grande” dos direitos à arbitragem por falta de planejamento, é imperativo que a Anaf planeje melhor quem deve ser os interlocutores da categoria dos apitadores na Câmara Federal e no Senado da República. Porque em ambos os casos, ficou explícita a ausência de força política nas duas instituições no Distrito Federal, para alcançar os objetivos dos apitos e bandeirinhas. Uma andorinha só e deputado de primeiro mandato, que ainda não conhece os labirintos do Congresso Nacional, onde são discutidas e decididas as questões nacionais não fazem milagre. “Errar é humano, persistir no erro é burrice
Na Europa é útil, aqui....(1)
Inserido nas Regras de Futebol pelo International Board (IFAB), os árbitros assistentes adicionais (AAA), são vistos em ação semanalmente em todas as competições Uefa – inclusive, no maior torneio de futebol de clubes e craques do planeta a Champions League. Lembro que os (AAA) é uma criação de Michel Platini, presidente da Uefa, e aos (AAA) são atribuídas no manual de regras da Fifa e do (IFAB), funções específicas que são exercidas nos torneios da entidade europeia.
Na Europa é útil, aqui....(2)
Na semana passada, durante oito dias, os (AAA) da Uefa foram submetidos a um seminário de requalificação na sede da instituição em Nyon (Suíça). O curso de capacitação continuada aos (AAA), foi ministrado pelos instrutores, Hugh Dallas, Marc Batta, Vladimir Sajn, membros do Comitê de Arbitragem da Uefa e o P.h.d em educação física, o Dr. Werner Helsen, preparador físico dos árbitros da Uefa e da Fifa.
Na Europa é útil, aqui....(3)
No futebol brasileiro os (AAA) foram implementados de forma equivocada, tiveram seu raio de ação tolhido e por isto sofreram forte rejeição. Além do motivado, a cartolagem que comanda os clubes fez pressão em cima da CBF alegando que os (AAA)  elevavam os custos “financeiros” das equipes. Resultado: na contramão da evolução e desmentindo a propaganda enganosa de que a atual administração da CBF realiza investimentos substanciosos na qualificação do seu quadro de arbitragem, os (AAA) foram extintos das competições da CBF.
Cinquentenário de Simon
No próximo dia 5 de setembro, Porto Alegre (RS), vai se transformar na capital do futebol e da arbitragem. Neste dia, o ex-árbitro e atual comentarista de arbitragem Carlos Eugênio Simon, irá comemorar 50 anos de idade. O melhor árbitro do futebol brasileiro de todos os tempos, convidou para o ágape na capital gaúcha, os seus amigos, os principais políticos, dirigentes, atletas, árbitros do futebol brasileiro e internacional com os quais conviveu ao longo da sua trajetória, e os assistentes que com ele laboraram nos Mundiais da Fifa em 2002 na Coréia do Sul/Japão, 2006 na Alemanha e 2010 na África do Sul. Simon e o colombiano Oscar Ruiz, são os únicos apitos do futebol Sul-Americano que participaram de três Copas do Mundo consecutivas.
Belíssimas arbitragens
Raphael Claus (Fifa/SP), o árbitro de Vasco da Gama/RJ 0 x 1 Coritiba, sábado no Maracanã, demonstrou inteligência e muito equilíbrio na condução da referida partida. Ótima arbitragem. Já na Arena da Baixada, no confronto Atlético/PR 0 x 0 Santos/SP, Bruno Arleu de Araujo (CBF-2/RJ), estreante na Série (A) do Campeonato Brasileiro, deixou a impressão de que é um árbitro com futuro promissor. Já Marielson da Silva (CBF-1/BA), no prélio São Paulo/SP 0 x 3 Goiás/GO, fazia um trabalho de gente de grande, mas de repente “amarelou” e deixou de assinalar um pênalti “escandaloso” a favor do Goiás.  A impressão que tive é de que no momento da não marcação do penal, Silva imaginou que estava apitando o Campeonato Baiano. Aqui foi quebrada a corrente positiva das belíssimas atuações dos jogos de sábado. Arbitragem meia-boca.


  



  

 

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