Os árbitros que apitarão os jogos da Série A do Campeonato Brasileiro que serão realizados nesta
quarta-feira (12) planejam protestar em cada uma das sete partidas.
Segundo o presidente da Anaf (Associação Nacional
dos Árbitros de Futebol), Marco Antônio Martins, a ideia inicial é que os jogos
sejam interrompidos por um minuto aos cinco minutos de cada partida.
Os árbitros ficariam parados no meio do campo nesse
tempo, com a bola na mão, sem que o jogo pudesse continuar.
A associação, porém, analisa com o seu departamento
jurídico se parar a partida no meio poderia acarretar problema aos árbitros,
que poderiam ser suspensos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
A saída, então, seria realizar o protesto antes de
a partida começar, como o Bom Senso FC fez em algumas partidas em 2013.
"Será um minuto de silêncio", disse
Martins à Folha.
Cada árbitro também entrará em campo com uma faixa
preta no braço, em protesto ao veto da presidente Dilma Rousseff ao artigo do
Profut (lei de responsabilidade fiscal no futebol) que previa o recebimento por
parte da categoria de 0,5% do valor referente ao direito de arena.
A Anaf pediu ajuda para realizar o protesto aos
líderes do Bom Senso FC, grupo de jogadores que defende mudanças no futebol e
que realizaram manifestações parecidas em 2013.
O direito de arena é pago a atletas por terem suas
imagens veiculadas em transmissões de jogos. Por lei, os clubes são obrigados a
repassar aos sindicatos dos jogadores 5% do que recebem de direito de TV para
que esse valor seja enviado aos profissionais.
A Anaf briga há alguns anos para que os árbitros
tenham o mesmo direito e conseguiu incluir no texto da medida provisória do
futebol o recebimento de 0,5%, o que, na conta da associação, renderia
anualmente aos árbitros algo entre R$ 7 milhões e R$ 8 milhões.
Dilma vetou o artigo quando sancionou a MP, no dia 5, por recomendação da AGU
(Advocacia-Geral da União), afirmando que o valor seria usado para a
qualificação dos árbitros, sendo que o objetivo dessa verba não é essa.
A Anaf, porém, avalia que o texto foi vetado por
pressão dos clubes, que perderiam esses 0,5% do valor total que recebem dos
direitos de transmissão.
Nesta quinta-feira (13), a entidade dos árbitros
entrará com uma ação na Justiça pedindo que seja proibido que a imagem do
árbitro apareça em transmissões de TV até que eles recebam o direito de arena.
Se obtiverem sucesso, isso praticamente
inviabilizaria a transmissão de jogos ao vivo, já que seria impossível não
focalizar os árbitros nas câmeras –procurada, a TV Globo, que detém o direito
de transmissão da Série A do Brasileiro, não se manifestou.
Nesta quinta também acontecerá uma assembleia em
cada um dos 27 sindicatos estaduais de arbitragem, onde será discutido o
assunto do veto e um dos temas tratados será o de greve.
Participarão dos jogos desta quarta os árbitros
Marcelo Aparecido de Souza-SP (Flamengo x Atlético-PR), Péricles Bassols-RJ
(Coritiba x Palmeiras), Wagner do Nascimento-RJ (Goiás x Chapecoense), Luiz
Flávio de Oliveira-SP (Corinthians x Sport), Emerson Sobral-PE (Santos x
Vasco), Flávio Guerra-SP (Inter x Fluminense) e Anderson Daronco-RS
(Figueirense x São Paulo).
Fonte: Marcelo Rizzo/Folha de São Paulo/Esporte
Fonte: Marcelo Rizzo/Folha de São Paulo/Esporte
Nenhum comentário:
Postar um comentário