domingo, 9 de agosto de 2015

Entidades de classe precisam se reinventar

    Dirigentes da Anaf em recente encontro em Brasília 
Após a presidente Dilma Roussseff vetar o percentual de 0,5% à confraria do apito brasileiro no último dia (4), um mar de lamentações tomou de assalto os homens de preto do Oiapoque ao Chuí. O montante aqui especificado fora solicitado pela Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), À comissão que compôs a (MP) Medida Provisória 671/2015, como direito de arena aos árbitros.

Dos cinco especialistas que ouvi sobre o tema direito de arena, todos me disseram que esta lei não contempla o árbitro de futebol, e já há inclusive, duas decisões em primeiro grau denegando a concessão dessa reivindicação à arbitragem.

Questionei então qual seria o caminho e a resposta dos cinco foi: alterar a Lei do Direito de Arena, inserindo o árbitro como partícipe – está resolvida a questão.

Feito o preâmbulo acima, quero dizer que assim que foi reconhecida a atividade do árbitro de futebol no Brasil em 11/10/2013, via Lei Nº 12.867, imaginei que as entidades de classe iriam se reinventar. Dois anos se passaram e os avanços de lá para cá foram pequenos diante da importância da profissionalização da categoria do apito.

Penso que antes de buscar qualquer reivindicação a confraria dos árbitros deveria: 1) Equacionar de uma vez por todas o divisionismo existente. A arbitragem é uma classe extremamente dividida.

2) Decidir de uma vez por todas se desejam a continuidade das associações, que não são reconhecidas pelo ministério do Trabalho e Emprego, pela Constituição Federal e pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sobretudo, onde há sindicatos que são detentores da Certidão de Registro Sindical.

3) Viabilizar em caráter emergencial, mecanismos a quem ainda não tem a referida certidão perante o ministério do Trabalho em Brasília.

4)Convocar os sindicatos que tem a Certidão de Registro Sindical, que estão em dia com suas obrigações perante o ministério do Trabalho e providenciar a documentação necessária no ministério em Brasília – e ato contínuo, criar a Federação Brasileira dos Árbitros de Futebol. A lei exige cinco sindicatos – segundo informações, Ceará, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo são possuidores da Certidão de Registro Sindical do Ministério do Trabalho e Emprego.
 
5) Criar uma comissão de alto nível com pessoas de notório conhecimento jurídico na área sindical e trabalhista, para elaborar a documentação exigida. Digo isto porque, segundo alguns juristas o pleito da Anaf continha equívocos jurídicos o que tornou a  proposta inconstitucional.

6) Pesquisar junto as entidades de classe quais são os dirigentes que tem disponibilidade, livre trânsito e conhecimento junto ao ministério do Trabalho em Brasília.

7) Pesquisar com agudeza de espírito na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, parlamentares com densidade política e com livre acesso as comissões de ambas as casas e nos demais segmentos políticos da capital federal, objetivando com isto, evitar equívocos que proporcionem derrotas com a do percentual de 0,5%. A importância na escolha adequada do parlamentar em qualquer (Projeto, PEC ou MP) no Congresso Nacional - é condição sine qua non para se obter sucesso. O deputado que orientou e ciceroneou os dirigentes da Anaf, junto aos gabinetes dos deputados e senadores na capital federal é bem intencionado, mas ainda não tem estofo político para sobrepujar as “raposas” políticas que formam as duas casas de leis em Brasília.
  
8) E, por derradeiro, as entidades de classe e seus dirigentes devem se reinventar em todos os aspectos, pois somente assim estarão em condições de pleitear e alcançar as conquistas almejadas pela categoria do apito.   

PS: O ex-árbitro e atual deputado federal Evandro Rogério Romam (PSD/PR), anuncia que irá se pronunciar nesta segunda (10), no plenário da Câmara dos Deputados, cobrando explicações da presidente Dilma Rousseff, o porquê do veto presidencial do percentual de 0,5% à confraria do apito como direito de arena.

PS (2): O clima político que vivencia Brasília na atualidade não comporta discurso da natureza em tela. Se ocorrer, cairá no vazio. O fato acontecido deveria servir de exemplo a todos e, por extensão, mudar radicalmente o "modus operandi" das próximas reivindicações dos apitos em Brasília.

PS (3): O presidente da Anaf será recebido nesta segunda (10), pelo presidente da CBF Marco Polo Del Nero. O encontro desta tarde, é a oportunidade para Martins solicitar um basta na "exploração vergonhosa", que é a propaganda gratuita de três multinacionais nos uniformes dos homens de preto do futebol brasileiro, que vem sendo imposta ano após ano de forma sistêmica pela CBF à todos os árbitros que atuam nos seus torneios. Caso não o faça, Martins e seus congêneres continuarão pregando no deserto. 

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