A
Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), os sete
sindicatos que possuem a Certidão de Registro Sindical e associações
de árbitros, reúnem-se
a partir desta sexta (11 à
13 domingo), em (Belo
Horizonte (MG). O encontro das entidades de classe dos homens do
apito, acontece as vésperas da Lei Nº 12.867/2013 completar dois
anos. Lei que regulou
a atividade do árbitro de futebol no Brasil, reconhecendo-a como
profissional.
O
árbitro do futebol brasileiro é “profissional”, mas a
maioria das entidades de classe após dois anos não evoluiu - tanto
é que apenas sete sindicatos possuem a Carta Sindical, e mesmo
assim, apenas três estão com a documentação em dia perante o
ministério do Trabalho e Emprego.
Ao invés
de buscarem alternativas para se transformarem em sindicato, que é
quem tem legitimidade para pleitear junto aos órgãos competentes os
benefícios que a legislação faculta à categoria do apito, muitos
estão “agarrados” as associações tal qual um “náufrago”
em alto mar.
O
árbitro é “profissional”, mas a
lei aprovada o impediu de ter vínculo com as federações de
futebol e a CBF,
não
é contemplado com o
registro
em carteira, ao
FGTS, ao
13ª salário, férias, PIS etc....
Além do
exposto, o
árbitro
que labora no País do futebol é explorado comercialmente de forma
sistêmica pelas federações de futebol e a CBF – em algumas
federações, o uniforme da
arbitragem
foi
transformado
num verdadeiro “pinheirinho” -
tamanha a quantidade de publicidade que ostentam. Não obstante o
motivado, embora seja “profissional”, há federações que exigem
o pagamento de uma taxa de inscrição anual para os homens de preto
apitar. Se não pagar não é escalado.
Na CBF,
os integrantes da Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf),
denominados de “profissionais”, são explorados há mais de uma
década com diferentes logomarcas de multinacionais nas mangas das
camisas – recentemente uma nova propaganda de uma multinacional foi
alocada nas costas da indumentária da arbitragem, sendo esta última
proibida pela Fifa.
A CBF vêm explorando sistematicamente a logomarca de duas multinacionais na indumentária dos homens do apito que laboram nas suas competições, sem dar nenhuma contrapartida à arbitragem com a omissão e conivência das associações e sindicatos.
Em
que pese serem chamados de “profissionais”, os
apitos e assistentes,
nunca receberam e não recebem um único centavo de participação
nos lucros estratosféricos que a CBF obtém às custas dos mesmos.
No que
tange a publicidade nas mangas das camisas, a Fifa liberou e
determinou há mais de dez anos que, os valores obtidos com aquele
patrocínio sejam revertidos em benefício exclusivo dos juízes e
bandeiras. No futebol brasileiro, com a omissão e conivência das
entidades de classe dos homens de preto, até a presente data, não
há notícia de que
alguma
vez tenha sido formalizado oficialmente
junto a CBF ou via judicial, informações no sentido de saber a recusa da CBF em cumprir a determinação da Fifa.
Num
esporte que movimenta milhões de dólares e todos ganham bem -
o “profissional” do apito não tem
direito de arena ou
de imagem.
Aliás, pela formatação equivocada da assessoria jurídica da Anaf,
(o veto da presidente explicitou isto publicamente, ou seja,
inconsistência jurídica) – o artigo que pleiteava tal benefício
à
arbitragem,
embutido na Medida provisória 671/2015, foi vetado.
Ao
acontecido com o veto em tela, acrescente-se as
seguintes
situações: a articulação planejada dos clubes com a bancada da
bola em Brasília, e o semiamadorismo dos
líderes classistas e
seu
articulador político, neófito
de primeiro mandato,
que foram
inábeis na condução do processo no
Distrito Federal.
O
árbitro
do País pentacampeão é
“profissional”, mas
teve negado pela CBF uma
ferramenta extraordinária para auxiliá-lo a dirimir lances na linha
do gol -
a
Tecnologia na Linha da
meta
(TLG) -
após a Copa do Mundo no Brasil, a GoalControl fez a doação
gratuita de todo o equipamento utilizado no Mundial à CBF. Bastava
fazer a manutenção - porém, a CBF alegou que os custos eram
elevados e a empresa alemã levou os equipamentos embora. Quando
isto aconteceu nenhuma entidade de classe se manifestou em defesa dos
homens que manejam o apito.
Além de
negar a (TGL)
à arbitragem, a CBF numa demonstração inequívoca de
atraso e
de que não deseja a
melhora nas tomadas de decisões da arbitragem nas suas competições,
num primeiro momento, implementou os Árbitros Assistentes Adicionais
(AAA), mas
limitou seu raio de ação em
desconformidade ao prescrito nas págs (120 à 122 do livro Regras de
Futebol 2014/2015)
– posteriormente, utilizando do mesmo álibi que utilizou na (TLG),
extinguiu os (AAA).
Anaf,
associações e sindicatos não emitiram uma única palavra em defesa
dos seus associados, que perderam mais
uma excelente
ferramenta para melhor dirigirem os jogos. Além
disso, a atitude da CBF que gerava emprego e renda aos apitadores,
passou a proporcionar perda de receita e desemprego.
Diante
de tudo o que se leu, se existir um mínimo de bom senso entre os
sete sindicatos e demais associações de árbitros do futebol
brasileiro, a reunião de Belo Horizonte deve servir para uma
profunda reflexão dos equívocos cometidos, e, sobretudo, elaborar
uma pauta de reivindicações objetivas
à confraria do apito brasileiro a partir de 2016.
PS: O
ano em curso está em vias de terminar e não há clima em Brasília
e nem tempo suficiente para se reivindicar algo em benefício da
arbitragem. Afirmar
o oposto, é um tremendo embuste.
À Anaf deixo a sugestão de que reverbere suas posições e busque um assessor jurídico de
primeira linha e, por extensão, a interlocução política junto
a Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Pois do contrário, os
pleitos dos homens de preto continuarão dando “CHABU”, e a Anaf
ficará
estigmatizada com a
“pecha”
da incompetência.
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