quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Se persistir como está, nada será mudado



As entidades de classe que representam o árbitro de futebol no Brasil, afirmavam antes da promulgação do Decreto Lei Nº 12.867/2013, que reconheceu a função da confraria do apito como profissional, que a partir do momento da concretização desse fato, o  homem de preto teria melhores condições de se dedicar à arbitragem. O que significava, tempo para treinamento e aprimoramento dos apitos e bandeiras no seu mister.

A lei acima nominada foi sancionada tipo meia-boca, mas os avanços qualitativos prometidos nas tomadas de decisões dos juízes e bandeirinhas no campo de jogo, até o presente instante foram diminutas.
 
Dada a escalada dos erros da arbitragem, há mais ou menos três meses, criou-se um fato novo. As decisões do árbitro e assistentes numa partida de futebol, seriam incrementadas desde que fosse concedido o montante de 0,5% como direito de arena à categoria.

Formatado juridicamente de maneira inconsistente e conduzido com resquícios de amadorismo politicamente em Brasília, o percentual de 0,5% deu “chabu”. Não obstante o exposto, a Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) - convocou os homens do apito para acompanharem em Brasília a derrubada ou não do veto do artigo de 0,5% para o último (2). Em cima da hora veio a notícia de que o veto não seria apreciado porque não fora incluído na pauta. E, por derradeiro, ninguém sabe quando irá ser apreciado.

Enquanto a CBF em conjunto com as federações de futebol não elaborarem um projeto de excelência para a arbitragem brasileira que nunca existiu e não existe, que inclua: uma reformulação total na composição das comissões de arbitragens, nas escolas de formação dos árbitros, onde tudo começa para o futuro árbitro, nos instrutores de arbitragem e não implementar cursos de requalificação continuada aos homens de preto da Relação Nacional de Árbitros/CBF e das federações, não adianta conceder 0,5% como direito de arena, não surtirá efeito aumentar a taxa dos árbitros, diárias e o escambau. A tendência é piorar.

E, por último, se há interesse em mudar para melhor a arbitragem do futebol pentacampeão, a CBF e as federações de futebol devem abdicar da prática abominável de cooptar com cargos e escalas nas suas competições, dirigentes de associações, sindicatos de árbitros e proibir que árbitro e/ou assistente em atividade exerça cargo em entidade sindical. Caso contrário, “ne varietur” – ou seja, nada será mudado.    

PS (1): O erros da arbitragem no meio de semana desnudam as precárias condições dos árbitros e assistentes "emprestados" pelas federações de futebol a CBF. Acostumados com os campeonatos  regionais de baixíssima qualidade técnica, e sem cursos de requalificação como preparação para o dificílimo Campeonato Brasileiro, árbitros e bandeiras dessas federações quando escalados em partidas de maior qualidade técnica entram em "pânico" e a sequência de impropriedades crescem assustadoramente.

PS (2): A nova falácia das entidades de classe e dos próprios árbitros para melhorar as tomadas de decisões no campo de jogo, é de que deve-se acabar com o sorteio. MENTIRA! Antes da existência do sorteio, a situação era similar ou pior do que a atual. A arbitragem brasileira está na UTI, e é imperativo um projeto que estude as inúmeras nuances positivas e negativas do homem que maneja o apito - e a partir desse estudo, elaborar metas a serem aplicadas, cumpridas e alcançadas gradativamente. Diante do quadro de pobreza qualitativa vigente, falar no fim do sorteio é mais falso do que uma nota de "três reais".  

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