Marco Antonio Martins presidente da Anaf, é a personagem que pode mudar os rumos da arbitragem no Brasil
A
profissionalização do árbitro de futebol no Brasil na sua completude, que,
deveria ser objeto de discussão de alto nível por pessoas que conhecem o tema, vêm
sendo gradativamente “vulgarizada” nos
últimos meses, pelos dirigentes das associações de árbitros em conjunto com
aqueles que manejam o apito e as bandeiras.
Tornou-se
repetitivo ouvir a cada erro grotesco da arbitragem a seguinte declaração: “a solução para melhorar a qualidade das tomadas de
decisões dos homens de preto no campo de jogo e minimizar os equívocos, é a
profissionalização da categoria na sua plenitude”. Medida que segundo os
sindicalistas e apitos, irá propiciar dedicação em tempo integral dos árbitros
à sua atividade. A última “lorota” sobre o assunto saiu da boca do árbitro
Anderson Daronco (Fifa/RS)- que não viu ou se omitiu sobre o lance mais violento desta temporada do futebol brasileiro, quando da realização do Gre-Nal de nº 409.
Diante
do que, a primeira pergunta sobre a profissionalização do árbitro é: quantos
árbitros e/ou assistentes inscritos nas federações de futebol ou na CBF pelo
País afora, vivem exclusivamente da arbitragem? Como não conheço todos os
apitos, acredito que deva existir uma ou outra exceção - até porque é condição
sine qua non das federações de futebol e da CBF, aceitarem a inscrição dos homens do apito se
comprovarem que exercem algum tipo de labor em órgão público ou privado.
A segunda
pergunta é: quem deixaria sua atividade profissional do cotidiano onde está
registrado em carteira ou é concursado e tem direitos como: INSS, férias,
salário, FGTS, PIS, PASEP, aposentadoria, e em alguns casos plano de saúde
e aposentadoria privada, em troca de
uma carreira de sucesso limitadíssima à poucas pessoas?
Digo limitadíssima, porque só atingem o degrau mais elevado da arbitragem quem tem dom, talento e, sobretudo, vocação para o mister de árbitro.
Digo limitadíssima, porque só atingem o degrau mais elevado da arbitragem quem tem dom, talento e, sobretudo, vocação para o mister de árbitro.
A
terceira pergunta é: os maiores interessados, os árbitros e seus representantes
em algum momento sentaram com as lideranças políticas em Brasília, federações,
CBF e apresentaram algum esboço e/ou estudo ou projeto para discutir se a
conjuntura econômica do Brasil, incluindo as leis trabalhistas (CLT) e os
encargos sociais vigentes, permitem que a arbitragem seja profissionalizada na
sua essência?
Respondo:
acompanho e muito a questão da arbitragem - motivo pelo qual afirmo peremptoriamente
que a resposta é não. Não há sequer um arremedo de projeto que contemple a
profissionalização na sua magnitude. Desafio os sindicalistas do apito a
exibirem algo a respeito nas próximas 24hrs.
A
quarta pergunta é: como falar em profissionalizar o árbitro na sua totalidade,
se após dois anos e meio da regulamentação da atividade do árbitro de futebol
no País, há apenas três sindicatos – Paraná, Rio G. do Sul e São Paulo com a Certidão de Registro
Sindical (Carta Sindical)? Aliás, as três entidades mencionadas já eram detentoras da (Carta
Sindical) antes da regulamentação da categoria em 2013. De lá para cá não se avançou um milímetro.
Como
falar em árbitro profissional se após dois anos e meio da regulamentação da
atividade da categoria, os sindicalistas dos homens de preto e os próprios
árbitros não conseguiram providenciar a documentação necessária para a criação
da Federação Brasileira dos Árbitros de Futebol? O que existe de concreto que
impede a sua criação?
Portanto,
é de bom alvitre que árbitros e seus representantes, antes de apregoarem que a
profissionalização na sua integralidade é a solução para diminuir a escalada de
erros que são perpetrados diariamente nos jogos, se organizem, promovam workshop,
painéis, seminários sobre o tema. E, a posteriori, apresentem um estudo que tenha indícios de que a profissionalização completa do homem do apito no Brasil é factível
PS: Porque o discurso reiterado da
profissionalização está caindo na vala comum. Ou melhor: Está se tornando
falácia.
PS (2): Como não realizaram aportes financeiros e/ou esqueceram de fazer investimentos, que propiciassem cursos
de requalificação (capacitação continuada) na última década à arbitragem, ficaram circunscritos a ultrapassada
pré-temporada com duração de três a cinco dias, as federações de futebol
decidiram "inovar" nesta temporada. Punir com “escracho” na imprensa, os apitos e
bandeiras que cometerem algum tipo de erro de interpretação e aplicação das
Regras do Jogo.
PS (3): A primeira a punir “exemplarmente” os seus assistentes foi a Federação
Paranaense de Futebol (FPF) - onde o
continuísmo é a principal característica da comissão de árbitros da entidade.
Agora, de acordo com o Apito Nacional, é a Federação Mineira de Futebol
que aderiu a prática da (FPF). A arbitragem mineira só tem um árbitro com
futuro até o momento, Ricardo Marques Ribeiro, que já estava lá antes de
Giuliano Bozzano ser diretor da comissão de árbitros de Minas Gerais. Ponto.
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