quarta-feira, 11 de maio de 2016

“Arbitragem: apequenou geral”

    Marin à esquerda, manteve a prática de Ricardo Teixeira de aceitar sindicalistas para desempenharem a função de assessor e/ou delegado de arbitragem nos campeonatos da CBF, que, vem sendo confirmada por Marco Polo Del Nero à direita.
A Constituição Brasileira promulgada em 1988 propiciou à classe trabalhadora se organizar em associações e sindicatos - e, por extensão, via estas entidades pleitearem melhorias salarias, melhores condições de trabalho, de saúde e, sobretudo, dignidade ao trabalhador independente do seu labor. Também preceituou que os líderes sindicais eleitos, pudessem se licenciar com imunidade da sua atividade laboral, e, se dedicassem exclusivamente a atender as demandas da categoria que o elegeu.

Com o passar dos anos o sindicalismo brasileiro sofreu distorções ao arrepio do que consta na lei, e, gradativamente uma plêiade de sindicalistas passou a jogar dos dois lados. Ou seja, estão com parte do corpo “trabalhando” pela classe que representa e a outra parte associada ao patronato. Alguns dos denominados sindicalistas ultrapassaram todos os limites do tolerável e de forma despudorada agem abertamente em acordo o patronato que os mantém sob “cabresto”. Esta prática nefasta ganhou a denominação de “peleguismo”.

Disseminado tal qual metástase no corpo humano, esta moléstia não poupou nem mesmo a arbitragem do futebol brasileiro. É comum observarmos a presença de árbitros de futebol em plena atividade nas federações e na CBF, no comando de associações e sindicatos. Tornou-se normal, dirigentes de associações e sindicatos dos homens de preto, ocuparem diferentes funções nas federações de futebol, na CBF e nas cooperativas que estão sob investigação do ministério Público Federal do Trabalho.

Para que o leitor tenha ideia do cinismo daqueles que agem como pelegos e dos que aceitam o peleguismo, até o Campeonato Brasileiro, considerado o suprassumo da CBF foi “invadido” por esta moléstia.

Entra ano sai ano e lá estão os dirigentes das associações e sindicatos que, pela lei deveriam estar no exercício das suas atividades sindicais. No entanto, estão exercendo as funções de assessores e/ou delegados de arbitragem em todas as competições da CBF - (assessores e/ou delegados de arbitragem), cuja função precípua é elaborar relatório sobre o desempenho da arbitragem, justo, equilibrado e tecnicamente correto), no mais importante torneio do futebol pentacampeão. Afinal, quem manda no Brasileirão?

A manutenção da designação dos dirigentes de associações e sindicatos, para laborarem nas funções aqui mencionadas, apequenam a CBF e o futebol brasileiro. Apequena a Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf). Apequena o quadro de assessores e/ou delegados de arbitragem da CBF. Apequena as associações e sindicatos da confraria do apito. Apequena e coloca sob “suspeita” a veracidade do relatório confeccionado por este tipo de pessoas. A principal derrotada neste imbróglio, é a arbitragem brasileira.    

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