Tradicional,
o futebol é o esporte que mais resiste a entrada da tecnologia. No entanto, a
evolução dos equipamentos e os erros estão forçando o esporte a se adaptar,
mesmo que de forma tardia.
As oitavas-de-final da Copa do Mundo de 2010, na
África, mudaram o futebol. Quando o inglês Frank Lampard chutou a bola em
direção ao gol da Alemanha, com 2 a 1 no placar para os germânicos, Lampard nem
hesitou em esboçar uma comemoração. A direção da bola foi caprichada: após
fazer uma parábola, ela tocou o travessão, pingou quase um metro dentro do gol
e saiu de volta para as mãos do goleiro alemão. Para todos, havia entrado.
Menos para o juíz Jorge Larrionda. A Inglaterra acabou perdendo por 4 a 1. Aqueles
segundos de dúvida do árbitro uruguaio trouxeram à tona, de uma vez por todas,
a discussão da tecnologia no futebol.
Para Túlio Velho Barreto, pesquisador de futebol,
esse jogo se juntou a outros dois na memória dos erros de arbitragem e auxiliam
o debate: Inglaterra x Alemanha, na Copa de 66, que até hoje se discute se a
bola do gol inglês entrou ou não, e Argentina x Inglaterra, em 86, quando
Maradona fez o famoso gol de mão. “Às vezes, jogos duram décadas por causa de
erros de arbitragem”, comenta.
Gol de Lampard contra Alemanha na Copa do África do Sul em 2010 Foto: FIFA.com
Quem decide as regras do futebol é a International
Board, órgão associado à FIFA. Nas últimas décadas, foram centenas
de modificações, mas poucas com efeito significativo. Recentemente, foram
implementadas 95 novas regras, a maioria detalhes como a proibição da
paradinha, quando um atleta tenta ludibriar o goleiro ao diminuir a passada no
pênalti, e até a obrigatoriedade em usar uma cueca da cor do calção, caso ela
seja visível.
Fonte/ZERO HORA - Pedro Katchborian
Jornalista Twitter
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