quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Seneme: Agora é trabalhar, trabalhar e muito pela arbitragem

                                                                    Foto:MHDB


Após o tsunami policial desenvolvido pela (FBI) do EUA na FIFA, há pouco mais de dois anos, que provocou a renúncia de vários dirigentes que faziam parte da diretoria da instituição e, por extensão, teve efeitos similares que devastou as direções das  associações, confederações e federações do mundo do futebol, inclusa a CONMEBOL (Confederação Sul-Americana de Futebol) - os dirigentes da entidade da América do Sul reunidos, optaram pela eleição do economista Alejandro Dominguez, ex-dirigente da CONMEBOL e do Olímpia um dos principais clubes do Paraguai.

Eleito sob a bandeira da mudança na (CONMEBOL), Dominguez gradativamente foi mexendo no tabuleiro de xadrez com inteligência, paciência e escolhendo para cada setor, após consulta aos seus congêneres, pessoas que eram detentoras do perfil para o cargo que iriam assumir e de caráter ilibado.

O Comitê de Árbitros da Conmebol que há vinte e cinco anos estava sob a regência de Carlos Alarcon, pedia uma oxigenação e foi um dos últimos setores a sofrer a alteração solicitada por vários filiados ao órgão máximo do futebol Sul-Americano.

Para substituir Alarcon, foi designado o ex-árbitro da FIFA, CBF, CONMEBOL, da Federação Paulista de Futebol e membro do Comitê de Arbitragem da própria CONMEBOL, o brasileiro Wilson Luiz Seneme (foto).

Há pouco mais de quinze dias à frente do departamento de árbitros que, é de fundamental importância para o sucesso das inúmeras competições da CONMEBOL, e é responsável pela nomeação dos homens de preto para as Eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia em 2018, o APITO DO BICUDO por e-mail questionou Seneme em cinco quesitos e ele de imediato respondeu conforme abaixo. 

1)  O sr. já era um dos membros da arbitragem Sul-Americana e portanto, profundo conhecedor da situação. Quais os aspectos a serem trabalhados na sua administração para incrementar a arbitragem da Conmebol?

Formar uma comissão moderna e profissional, que trabalhe em função dos aspectos técnicos, conceitos atualizados, critérios claros e definidos, com maior controle e monitoramento do desempenho de cada árbitro, para poder designar efetivamente os que tem melhor desempenho e rendimento em campo. Abrir as portas do departamento de arbitragem, demonstrando a todos o que fazemos e como fazemos, com clareza, transparência e investimentos.
2)  O que pensa da integração entre a arbitragem da Conmebol com a europeia, via o Centro de Excelência de Treinamento e Formação para árbitros (CORE) da UEFA?
É um projeto excelente, e um ótimo exemplo do que pensamos - trabalhar os árbitros e assistentes jovens, inclusive antes de atingirem o estrelato da FIFA -  com capacitação, monitoramento, intercâmbios  está entre os principais projetos para a arbitragem da CONMEBOL. Se possível estar próximo de outras Confederações, será importante e não só a UEFA como outras. Preparar os árbitros para que cheguem em seu melhor nível o mais breve possível é um belo desafio - estamos convictos que é o caminho para o desenvolvimento de uma arbitragem de excelência.
3)  Há uma queixa generalizada dos atletas, cartolas e da mídia esportiva de que a arbitragem utiliza critérios diferenciados na sinalização das infrações, sobretudo, dentro da área penal - dependendo do jogo, do clima da torcida e outras nuances que acontecem numa partida. Como viabilizar mecanismos para que a arbitragem da América do Sul tome decisões próximas da uniformidade?
Estaremos mais próximos e abertos ao que acontecer nos campeonatos nacionais, trabalharemos com bom relacionamento com as comissões nacionais, levando o pensamento de que a melhor linha de interpretação para seguir são os conceitos da FIFA - independente das opiniões pessoais. Um árbitro começa a ganhar uma oportunidade internacional, quando seu desempenho é considerado auspicioso nos campeonatos nacionais. Não queremos mais árbitros arbitrando de maneira distinta em partidas nacionais e internacionais.
4)  O árbitro de vídeo (AV) na sua opinião é bem-vindo e que benefícios trará à arbitragem?
Penso que sim - a CONMEBOL está atenta e pretendemos dentro dos padrões exigidos, nos adaptar à esta realidade. Temos certeza que será uma ótima ferramenta de auxilio para os árbitros. Importante recordar que o investimento na capacitação e monitoramento dos árbitros devem seguir paralelamente com o AV.
5)  Qual foi a participação da CBF na concretização da sua efetivação como diretor de árbitros da Confederação Sul-Americana de Futebol?
Fui árbitro do quadro da CBF de 2000 até 2014 - participei do grupo de instrução até recentemente, através de muito trabalho, seriedade e apoio dos companheiros e procurei demonstrar em todas as minhas ações, que tenho potencial para esta função e fazer parte deste novo projeto para arbitragem da CONMEBOL. Agradeço todo apoio e estrutura que a CBF me proporcionou. Agora é trabalhar, trabalhar e trabalhar para o bem da arbitragem Sul-Americana.
 



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