Após o tsunami policial
desenvolvido pela (FBI) do EUA na FIFA, há pouco mais de dois anos, que provocou
a renúncia de vários dirigentes que faziam parte da diretoria da instituição e,
por extensão, teve efeitos similares que devastou as direções das associações, confederações e federações do
mundo do futebol, inclusa a CONMEBOL (Confederação Sul-Americana de Futebol) -
os dirigentes da entidade da América do Sul reunidos, optaram pela eleição do
economista Alejandro Dominguez, ex-dirigente da CONMEBOL e do Olímpia um dos
principais clubes do Paraguai.
Eleito sob a bandeira da
mudança na (CONMEBOL), Dominguez gradativamente foi mexendo no tabuleiro de
xadrez com inteligência, paciência e escolhendo para cada setor, após consulta
aos seus congêneres, pessoas que eram detentoras do perfil para o cargo que
iriam assumir e de caráter ilibado.
O Comitê de Árbitros da
Conmebol que há vinte e cinco anos estava sob a regência de Carlos Alarcon, pedia
uma oxigenação e foi um dos últimos setores a sofrer a alteração solicitada por
vários filiados ao órgão máximo do futebol Sul-Americano.
Para substituir Alarcon, foi
designado o ex-árbitro da FIFA, CBF, CONMEBOL, da Federação Paulista de Futebol
e membro do Comitê de Arbitragem da própria CONMEBOL, o brasileiro Wilson Luiz
Seneme (foto).
Há pouco mais de quinze dias
à frente do departamento de árbitros que, é de fundamental importância para o
sucesso das inúmeras competições da CONMEBOL, e é responsável pela nomeação dos
homens de preto para as Eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia em 2018, o APITO DO BICUDO por e-mail questionou Seneme em cinco quesitos e ele
de imediato respondeu conforme abaixo.
1) O sr. já era um dos membros da arbitragem
Sul-Americana e portanto, profundo conhecedor da situação. Quais os aspectos a
serem trabalhados na sua administração para incrementar a arbitragem da Conmebol?
Formar uma
comissão moderna e profissional, que trabalhe em função dos aspectos técnicos,
conceitos atualizados, critérios claros e definidos, com maior controle e
monitoramento do desempenho de cada árbitro, para poder designar efetivamente
os que tem melhor desempenho e rendimento em campo. Abrir as portas do
departamento de arbitragem, demonstrando a todos o que fazemos e como fazemos,
com clareza, transparência e investimentos.
2)
O que pensa da
integração entre a arbitragem da Conmebol com a europeia, via o Centro de
Excelência de Treinamento e Formação para árbitros (CORE) da UEFA?
É um projeto
excelente, e um ótimo exemplo do que pensamos - trabalhar os árbitros e
assistentes jovens, inclusive antes de atingirem o estrelato da FIFA - com capacitação, monitoramento, intercâmbios está entre os principais projetos para a
arbitragem da CONMEBOL. Se possível estar próximo de outras Confederações, será
importante e não só a UEFA como outras. Preparar os árbitros para que cheguem em
seu melhor nível o mais breve possível é um belo desafio - estamos convictos
que é o caminho para o desenvolvimento de uma arbitragem de excelência.
3)
Há uma queixa
generalizada dos atletas, cartolas e da mídia esportiva de que a arbitragem
utiliza critérios diferenciados na sinalização das infrações, sobretudo, dentro
da área penal - dependendo do jogo, do clima da torcida e outras nuances que
acontecem numa partida. Como viabilizar mecanismos para que a arbitragem da
América do Sul tome decisões próximas da uniformidade?
Estaremos mais
próximos e abertos ao que acontecer nos campeonatos nacionais, trabalharemos
com bom relacionamento com as comissões nacionais, levando o pensamento de que
a melhor linha de interpretação para seguir são os conceitos da FIFA -
independente das opiniões pessoais. Um árbitro começa a ganhar uma oportunidade
internacional, quando seu desempenho é considerado auspicioso nos campeonatos
nacionais. Não queremos mais árbitros arbitrando de maneira distinta em
partidas nacionais e internacionais.
4)
O árbitro de
vídeo (AV) na sua opinião é bem-vindo e que benefícios trará à arbitragem?
Penso que sim -
a CONMEBOL está atenta e pretendemos dentro dos padrões exigidos, nos adaptar à
esta realidade. Temos certeza que será uma ótima ferramenta de auxilio para os
árbitros. Importante recordar que o investimento na capacitação e monitoramento
dos árbitros devem seguir paralelamente com o AV.
5)
Qual foi a
participação da CBF na concretização da sua efetivação como diretor de árbitros
da Confederação Sul-Americana de Futebol?
Fui árbitro do
quadro da CBF de 2000 até 2014 - participei do grupo de instrução até
recentemente, através de muito trabalho, seriedade e apoio dos companheiros e
procurei demonstrar em todas as minhas ações, que tenho potencial para esta
função e fazer parte deste novo projeto para arbitragem da CONMEBOL. Agradeço
todo apoio e estrutura que a CBF me proporcionou. Agora é trabalhar, trabalhar
e trabalhar para o bem da arbitragem Sul-Americana.
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