quarta-feira, 26 de outubro de 2016

QUEM PRECISA MUDAR É A ANAF


    Foto: Apito Nacional
Na reunião realizada no Senado Federal em Brasília, na terça-feira (25), pela Comissão de Juristas responsável pela atualização da legislação desportiva do Brasil, o representante da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), Arilson Bispo da Anunciação, afirmou que o modelo de arbitragem que se pratica no futebol pentacampeão, “é "totalmente anômalo" e comprovadamente não funciona "há muitas décadas".

E, por conseguinte, disse Arilson: “queremos a profissionalização do árbitro de futebol na sua plenitude, o que não acontece na atualidade. Profissionalização que irá dar a independência aos homens de preto, para atuar de acordo com as exigências que lhe são atribuídas.

Concordo em termos com o dirigente da Anaf sobre o modelo de gestão que é praticado junto aos homens de preto, sobretudo, pelas federações de futebol. Mas a fala de Anunciação ficou incompleta.

Faltou ao indigitado dirigente afirmar que apenas os [quatro sindicatos da categoria, o CE, PR, R.G. do SUL e SP] -  são os únicos que estão com a situação regularizada perante o ministério do Trabalho e Emprego (MTE) - mas, mesmo assim, não evoluíram um milésimo à frente desde que a classe foi reconhecida como profissional em outubro de 2013”. Reconhecimento não significa regulamentação, que é o que está faltando.


Aliás, Arilson Bispo da Anunciação, participou da reunião em tela como dirigente da Anaf e Presidente do Sindicato Baiano dos Árbitros de Futebol (Sinbaf) – o que não é verdade. A Bahia não possui a Carta Sindical - documento que dá identidade sindical ao sindicato que é expedido pelo ministério do Trabalho e Emprego.- e, portanto, não pode ser denominado de sindicato, e sim associação.
 
Anaf e seus congêneres na verdade, pararam no tempo e veem dando expressiva parcela de contribuição, para que o modelo de arbitragem “anômalo”, que não funciona há décadas no futebol brasileiro, expressão vociferada por Arilson Anunciação, continue em vigência.

Como mudar o modelo “anômalo” em vigor na arbitragem brasileira, se os dirigentes da Anaf, associações e sindicatos vivem “PENDURADOS” em cargos, prebendas e sinecuras nas federações e na CBF? Como mudar esse modelo “anômalo”, se a Anaf numa afronta a Constituição Federal do Brasil e a (CLT), ao invés de reconhecer o sindicato dos árbitros de futebol do Paraná, detentor da (CARTA SINDICAL), reconhece a associação dos árbitros do PR?

Como mudar o modelo “anômalo”, se a categoria desde o reconhecimento da classe como profissional, através da Lei Nº 12.867/2013, não conseguiu criar nenhum sindicato? O quarto sindicato, o do Ceará, conseguiu a (Carta Sindical) por vontade e despreendimento do ex-presidente do Safergs, Ciro Camargo.

Como mudar o modelo “anômalo” dito pelo dirigente em tela, se a maioria das associações de árbitros, que se intitulam sindicatos, mas não são, não receberam orientação adequada para preencher a documentação necessária para a obtenção da Carta Sindical? Se houver dúvidas basta uma consulta ao Cadastro Nacional de Entidades Sindicais do (MTE) em Brasília.

Como mudar o modelo “anômalo” existente na arbitragem brasileira, se a Anaf num “deslize” jurídico inominável, ajuíza a ação do Direito de Imagem à arbitragem na Comarca de Recife (PE)? Ação que deveria ser interposta na sede da emissora detentora dos direitos do Campeonato Brasileiro no Rio de Janeiro, mas nunca em Recife.

Como mudar o modelo “anômalo” propagado por Anunciação, se a cada eleição da Anaf, o presidente eleito leva a sede da entidade de “mala e cuia” para sua cidade de origem ou nas adjacências?

Poderia elencar outros fatos, mas entendo que já basta. Para mudar o modelo anunciado pelo dirigente da Anaf, na terça-feira que passou, no Senado, é preciso muito mais.

Anaf, associações e sindicatos precisam formar um grupo de notáveis com estrutura, com notório conhecimento jurídico, administrativo, de marketing, desprovidos de vaidades e presunções e elaborar um projeto de alto nível factível, que contemple a confraria do apito a curto, médio e longo prazo. Pois do contrário, a “ladainha” sobre o modelo esgarçado por Arilson Bispo, continuará assunto “ad infinitum”. 

Perguntar não ofende: Quais serão os temas que a Anaf irá discutir no seu Congresso de final de ano? Será que irão discutir novamente a mesmice da profissionalização da categoria?, direito de imagem?, patrocínios nos uniformes?, direito de arena que foi para o beleléu? 









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