segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Arbitragem precisa de uma universidade

     David Elleray na primeira fila ao centro de preto - foto:UEFA.com

Observando o desenvolvimento do futebol em amplitude mundial, e os constantes equívocos da arbitragem na interpretação e aplicação das Regras do Jogo, e as dificuldades dos homens de preto em atender as exigências decorrentes do futebol moderno, a UEFA, adquiriu um complexo esportivo em 2010, em Nyon (Suíça). 

Equacionadas as questões burocráticas, a UEFA, denominou  o complexo em tela, de Centro de Excelência de Arbitragem (CORE) - entidade criada para detectar árbitros e assistentes promissores e requalificar os tops de linha que laboram nas suas competições.

O próximo passo da UEFA, foi dotar o (CORE) da estrutura necessária, para que aquele órgão funcionasse a exemplo de uma universidade. Pensou-se em tudo: construiu-se apartamentos, refeitório, sala de jogos para lazer, campos de treinamento, auditório para acompanhar os vídeos das partidas e discussão dos lances, contratou-se cientistas, geneticistas, preparadores físicos, psicólogos, cardiologistas, ortopedistas de diferentes modalidades, oftalmologistas, instalou-se computadores de primeira linha, endocrinologistas, nutrólogos e ex-árbitros com notório conhecimento das Regras do Jogo.

Ex-árbitros que foram contratados, com a missão precípua de identificar nos (53) filiados a UEFA, árbitros e asssitentes promissores com dom, talento, vocação, feeling, timing e, portanto, com capilaridade de atingir não só o quadro UEFA, mas, por extensão, o estrelato da FIFA. Ex-árbitros que são os instrutores utilizados pela UEFA, na capacitação dos  juízes e bandeirinhas promissores, e, nos demais apitos da UEFA.

Com a estrutura pronta, a partir de 2010, todos os filiados a UEFA passaram a indicar anualmente, um árbitro e dois assistentes com as qualidades elencadas no parágrafo anterior. Árbitros que devem ter obrigatoriamente, entre 25 e 30 anos incompletos - para serem submetidos durante sete meses a um curso no (CORE) -  e, de lá saírem, com 100% de chances de serem árbitros de alta propulsão no mister do apito.

Ao terminarem o curso de capacitação no (CORE), árbitros e assistentes recebem um manual a ser seguido e o nome do instrutor do seu país, que irá acompanhar e orientar o desenvolvimento das atividades preceituadas no manual.

Comanda toda a estrutura do (CORE), o ex-árbitro inglês e atual diretor do Painel Técnico do (The IFAB), David Elleary. Acrescente-se ao exposto, que in loco,  Pierluigi Collina, o diretor de arbitragem da Uefa, supervisiona todas as ações do Centro de Excelência de Arbitragem (CORE).

Com o advento do (CORE) e sua estrutura magnífica, e a implementação de uma metodologia e didática com conteúdo científico, a arbitragem do Velho Continente não deixou de cometer erros no campo de jogo - mas, diminuiu substancialmente os equívocos. E, as tomadas de decisões da arbitragem europeia, ganharam respeito perante os cartolas, clubes, técnicos, imprensa e o torcedor europeu e, por conseguinte, credibilidade.

Se houver um mínimo de vontade da CBF em mudar o cenário vigente da arbitragem do futebol pentacampeão, basta, desenvolver um projeto à arbitragem nacional nos moldes do (CORE), guardadas as peculiaridades e a seguir celebrar um convênio com uma universidade pública. É o caminho para se implantar a revolução no conceito dos homens que manejam os apitos e as bandeiras no futebol brasileiro.

PS: E, por derradeiro, termina com a "ladainha" de que  o árbitro no Brasil, só irá melhorar a sua qualidade, a partir da profissionalização da categoria, o que é mais falso do que nota de três reais.

PS (2): Se é tão fácil profissionalizar a arbitragem, pergunto: Por que apenas a Inglaterra aderiu ao profissionalismo dos homens de preto, num universo de 209 filiados à FIFA?

(3): Após a ascensão de Marcos Marinho ao comando da arbitragem da CBF, os árbitros,  (apitos) da Federação Paranaense de Futebol (FPF), foram "congelados" dos sorteios da Série (A) do Campeonato Brasileiro. Pelo que se sabe, a arbitragem da casa Gêneris Calvo, após vários anos de decréscimo, vinha apresentando desempenho crescente nas competições da entidade que comanda o futebol pentacampeão. Espera-se que Marcos Marinho, não repita a frente da arbitragem da CBF, o "modus operandi" que sucateou a arbitragem da Federação Paulista de Futebol.

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