terça-feira, 15 de novembro de 2016

O panorama da arbitragem pernambucana: nova geração, uso de câmeras, investimento e críticas

                  Os novos árbitros de PE devem observar a postura, a ética e a moral impoluta de Marcelo de Lima Henrique, que atuará no campeonato de lá em 2017 - Foto: MHDB
Foram 401 horas de aulas. Dezoito disciplinas. Dez meses de curso, entre teoria e prática. Pela primeira vez na história, Pernambuco graduou – no sentido mais genuíno da palavra – uma turma de árbitros de futebol. Uma geração de 22 árbitros e 19 assistentes que deixa a Escola de Formação de Árbitros (Sherlock), criada pela Federação Pernambucana de Futebol (FPF) em 2014 como pós-graduados em arbitragem – título concedido inclusive pelo MEC. Emerson Sobral, Nielson Nogueira, Gilberto Castro Júnior, Sebastião Rufino Filho agora têm sombra. Um novo grupo jovem, entusiasmado, que está sendo lapidado para em cerca de dois anos ficar à disposição e começar uma renovação no quadro local.

A última turma de árbitros formada no estado havia sido em 2010. O quadro da Comissão de Arbitragem de Pernambuco (Ceaf), engessado com 42 profissionais, praticamente dobra o número de opções. Panorama, por ora, meramente teórico. Afinal, segundo o presidente da Ceaf e diretor da Associação Nacional dos Árbitros, Salmo Valentim, a expectativa é que dos 41 formandos, entre cinco e dez sejam integrados após os estágios necessários para chegar à elite do Campeonato Pernambucano.

“Não tínhamos escola de formação. Formávamos numa mera ação de esforços da diretoria de futebol daquela época. Então estabelecemos um procedimento padrão que era primeiro agregar uma faculdade, segundo obter licenciamento. Eram critérios técnicos que queríamos para validar o curso como de qualidade”, disse o presidente da FPF, Evandro Carvalho.

Embora haja todo o esforço para uma formação mais completa desses novos profissionais, segundo Evandro, nada garante que os erros serão erradicados. “Todos são humanos e passíveis de erros. Não há como concorrer com 14 câmeras dentro do gramado”, disse, defendendo o uso da tecnologia no futebol. “Precisamos profissionalizar a arbitragem. A CBF ganha milhões por ano. Por que não investir 10% nos árbitros? Não vejo outra saída para minimizarmos os erros”, acrescentou Salmo Valentim.


Opinião do Bicudo:  A Federação de Futebol do Estado de Pernambuco, dá um salto de qualidade na formação dos novos apitos e bandeiras,  ao implementar  uma  filosofia e didática diferenciadas da mesmice que vivenciamos na maioria  dos cursos de formação de arbitragem pelo país afora - causa, do miserê qualitativo que se observa nos campos do futebol pentacampeão, no que concerne ao homem que maneja o apito.

Mas, é imperativo, guardadas as devidas peculiaridades de cada formando, designar pessoas qualificadas para observar o desenvolvimento do dom, talento e vocação de cada um e, por extensão, acompanhá-los, orientá-los, objetivando o incremento dos novos árbitros em todas as áreas de atuação da arbitragem - e, por conseguinte, inserir Pernambuco no radar dos grandes nomes da arbitragem brasileira.

Já em relação a profissionalização do árbitro como sugere o dirigente Salmo Valentim, enquanto vigorar o pensamento anacrônico e a desorganização que se vê no futebol pentacampeão - e, não acontecer uma mudança radical, na maneira de pensar e de agir das entidades de classe  (Anaf e sindicatos) que representam a confraria do apito brasileiro, a profissionalização da arbitragem, só acontecerá no próximo século.  
 

 

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