Em
2007 a CA/CBF convocou o grupo de árbitros considerados promissores, para participarem
de um curso de aprimoramento na Granja Comary, em Teresópolis (RJ). Sob os
olhares imutáveis dos instrutores, Edson Rezende Oliveira e Sérgio Corrêa da
Silva, a plêiade de apitos foi submetida aos pilares técnico, tático, físico e
psicológico.
Parte
dos apitos em tela que passaram pelo crivo da retina dos indigitados dirigentes
e demonstraram dom, talento, vocação e
qualidade de promissores e retornaram em 2009 em outro seminário - e sucessivamente
nos anos anteriores – sendo que do grupo em tela, Pericles Bassols Cortes,
Ricardo Marques Ribeiro e Wilton Pereira Sampaio, dadas as qualidades de cada
um, foram galgando posições, se projetaram além dos demais alcançado o quadro
da FIFA.
Observem
o contingente de apitos que foi convocado à época e quantos conseguiram
ultrapassar os estágios estipulados no Ranking
da CBF, dez anos depois, e quais são os que ainda mantém a perspectiva
de atingirem maiores degraus no futebol pentacampeão e nas competições da
CONMEBOL e da FIFA. Restaram dois, Ricardo Marques Ribeiro e Wilton Pereira
Sampaio.
Não
fora o intelecto visionário, a acuidade visual antecipada, o Know-how nas
REGRAS DO JOGO, o perfil de instrutor de Edson Rezende de Oliveira e Sérgio
Corrêa, acoplado ao projeto de excelência de aprimoramento e/ou de requalificação
desenvolvido pela CA/CBF - a arbitragem brasileira teria sido privada do dom,
talento e da vocação de três excelentes árbitros - Pericles Bassols Cortes,
Ricardo Marques Ribeiro e Wilton Pereira Sampaio.
Aliás,
a ausência das qualidades de Rezende de Oliveira e Corrêa Silva, e de um projeto
de excelência é a principal causa do miserê qualitativo da arbitragem que é formada pelas federações
de futebol em conjunto com as escolas de formação de árbitros em todas as
regiões do Brasil.
O Paraná revelou o último
árbitro promissor em 2004.
Rodolpho Toski Marques, promovido neste mês de janeiro a FIFA. A atual comissão
de árbitros da federação local, há dez anos no cargo não conseguiu revelar um apito (masculino)
promissor. Em Santa
Catarina, o cenário
é pior – O último árbitro FIFA, foi Dalmo Bozzano, há dezessete anos. O miserê pode ser visto
também no R. G do Sul – sem uma liderança
sindical expressiva da grandeza de Carlos Eugênio Simon e Ciro Camargo, e do
continuísmo na comissão de árbitros, os gaúchos pararam no tempo. Eles Esqueceram de preparar um
substituto para Leandro Vuaden (foto), que foi sacado do quadro de árbitros da FIFA,
no primeiro dia deste 2017. Hoje, só tem Anderson Daronco na FIFA.
O Sudeste tem o melhor
árbitro do Campeonato Brasileiro de 2016, Raphael Claus (FIFA/SP) e Ricardo
Marques Ribeiro (FIFA/MG), que estranhamente deu uma arrefecida na sua
carreira, mas, é um profissional de alto potencial. Wagner Magalhães, do Rio de
Janeiro, elevado ao quadro internacional é uma incógnita.
No Centro-Oeste do Brasil,
há Wilton Pereira Sampaio (FIFA/GO) que surgiu de maneira exponencial, porém,
repentinamente caiu de produção. Posteriormente, amparado pela CA/CBF e a
Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (Enaf), recuperou-se e hoje é o
substituto eventual de Sandro Meira Ricci na FIFA. Wagner Reway (FIFA/MT), na
nossa opinião, também ainda é uma incógnita.
Na Região Norte, tem Dewson
de Freitas (FIFA/PA). Ponto. E, no nordeste, a decadência é gritante há vários
anos e são pouquíssimas as chances de reversão do estágio atual.
PS: O cenário vigente em todas as
regiões do país no que tange ao árbitro de futebol, aponta de maneira
clarividente a ausência de projeto, de investimento financeiro e de instrutores
capacitados para formar, observar, orientar, requalificar e acompanhar o desenvolvimento do
homem que maneja a bandeira e o apito. Se prosperar o quadro atual, encontrar um apito ou assistente promissor no futebol brasileiro, vai ser similar a encontrar uma agulha num palheiro.
PS (2) : No próximo dia 13 de fevereiro,
a CBF fará a entrega do escudo da
FIFA aos árbitros e assistentes da
temporada 2017. Ato contínuo, os dez apitos e os dez bandeiras FIFA, serão
submetidos a um seminário que terá a participação de instrutores da CBF e da FIFA/CONMEBOL.
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