segunda-feira, 28 de agosto de 2017

TEM QUE MUDAR A CULTURA


Sobre a matéria “FORMAÇÃO E RENOVAÇÃO DO ÁRBITRO ESTÁ EM DESCOMPASSO” no Brasil e, por extensão, na América do Sul, sou questionado a elencar os motivos e quais são as mudanças necessárias para atualizar o processo de formação, renovação e requalificação da arbitragem Sul-Americana. Embora já tenho opinado sobre o tema, volto a fazê-lo.
Vamos lá: Refratários as transformações em consonância com a realidade vigente no futebol, e na arbitragem que se pratica na atualidade, dirigentes da arbitragem da América do Sul, com raras exceções, ficaram circunscritos a cultura local e por isto não entenderam ou não querem entender que, um tema delicado, carregado de subjetividade e paixão como é a arbitragem, deve ser tratado com inteligência, sensatez e, sobretudo, conhecimento.   
Conhecimento que se adquire através de pesquisa, estudos, intercâmbio com outras culturas do planeta onde se pratica a arbitragem tanto na teoria como na prática - e humildade na dificílima arte de ensinar, formar, orientar, e acompanhar os novos árbitros e assistentes.
Um outro detalhe que impede o desenvolvimento da arbitragem aqui por estas plagas, tem um componente nefasto - o continuísmo dos diretores de árbitros em toda a América do Sul. Com poucas modificações, não há alternância na direção, o que impede a renovação.
Acrescento ao exposto acima, que a vicissitude na cultura  de cada dirigente que maneja o sibilino setor do apito, requer acima de tudo vontade.
Finalizada as causas do atraso que grassa na arbitragem brasileira e, por conseguinte, Sul-Americana, vamos as proposições. Sugiro que se faça um intercâmbio entre a CONMEBOL e a UEFA, envolvendo dirigentes de arbitragem, instrutores e árbitros.
Proponho que a CONMEBOL realize um seminário ao seu quadro de arbitragem, com cinco dias ininterruptos e convide para preletores, o presidente do Comitê de Árbitros da FIFA, Pierluigi Collina (foto). O diretor de arbitragem da FIFA, Massimo Busacca e o preparador físico dos apitos e bandeiras da FIFA e da UEFA, o P.h.D Werner Helsen, acima a esquerda de Collina, professor emérito da Universidade de Louvre (Bélgica).   
Uma simples palestra, que dirá um seminário da trempe acima nominada, dado serem detentores de Know-how de excelência no campo do apito e da educação física, substanciaria sobremaneira o conhecimento da confraria do apito e propiciaria um incremento nas tomadas de decisões no campo de jogo.
Agora só isto não basta. Deixo como alternativa que a cada quatro meses a CONMEBOL e seus filiados, exercitem seus quadros de arbitragem, tanto na teoria como na prática. Os erros dos homens de preto não cessarão – mas sofrerão queda considerável.
PS: Em recente conferência técnica no Panamá, o diretor de arbitragem da FIFA, Massimo Busacca, enfatizou que: “O árbitro do século 21, tem que ter olfato futebolístico, ou seja, tem que sentir o cheiro do jogo que vai dirigir. Ou como queiram, tem que possuir feeling. O que irá permitir que ele saiba agir com inteligência nos momentos de extrema dificuldade”. Agora, precisa ser orientado por professores  de alto nível.
PS (2): O único dirigente de arbitragem que me disse que irá mudar gradativamente a formação, avaliação, requalificação e os testes físicos do seu quadro de arbitragem, foi Marco Antonio Martins, da Federação Catarinense de Futebol. Se concretizado o projeto, Santa Catarina em curto espaço de tempo terá uma das melhores esquadras de apitos e bandeiras do Brasil.  
Foto: UEFA 

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