Sobre a matéria “FORMAÇÃO E RENOVAÇÃO
DO ÁRBITRO ESTÁ EM DESCOMPASSO” no
Brasil e, por extensão, na América do Sul, sou questionado a elencar os motivos
e quais são as mudanças necessárias para atualizar o processo de formação,
renovação e requalificação da arbitragem Sul-Americana. Embora já tenho opinado
sobre o tema, volto a fazê-lo.
Vamos lá: Refratários as transformações em consonância com a
realidade vigente no futebol, e na arbitragem que se pratica na atualidade,
dirigentes da arbitragem da América do Sul, com raras exceções, ficaram circunscritos
a cultura local e por isto não entenderam ou não querem entender que, um tema
delicado, carregado de subjetividade e paixão como é a arbitragem, deve ser
tratado com inteligência, sensatez e, sobretudo, conhecimento.
Conhecimento que se adquire através de pesquisa, estudos,
intercâmbio com outras culturas do planeta onde se pratica a arbitragem tanto
na teoria como na prática - e humildade na dificílima arte de ensinar, formar, orientar,
e acompanhar os novos árbitros e assistentes.
Um outro detalhe que impede o desenvolvimento da arbitragem aqui
por estas plagas, tem um componente nefasto - o continuísmo dos diretores de
árbitros em toda a América do Sul. Com poucas modificações, não há alternância
na direção, o que impede a renovação.
Acrescento ao exposto acima, que a vicissitude na cultura de cada dirigente que maneja o sibilino setor
do apito, requer acima de tudo vontade.
Finalizada as causas do atraso que grassa na arbitragem
brasileira e, por conseguinte, Sul-Americana, vamos as proposições. Sugiro que
se faça um intercâmbio entre a CONMEBOL e a UEFA, envolvendo dirigentes de arbitragem,
instrutores e árbitros.
Proponho que a CONMEBOL realize um seminário ao seu quadro de
arbitragem, com cinco dias ininterruptos e convide para preletores, o presidente
do Comitê de Árbitros da FIFA, Pierluigi Collina (foto). O diretor de arbitragem da
FIFA, Massimo Busacca e o preparador físico dos apitos e bandeiras da FIFA e da
UEFA, o P.h.D Werner Helsen, acima a esquerda de Collina, professor emérito da Universidade de Louvre
(Bélgica).
Uma simples palestra, que dirá um seminário da trempe acima nominada, dado serem detentores de Know-how de
excelência no campo do apito e da educação física, substanciaria sobremaneira o
conhecimento da confraria do apito e propiciaria um incremento nas tomadas de
decisões no campo de jogo.
Agora só isto não basta. Deixo como alternativa que a cada
quatro meses a CONMEBOL e seus filiados, exercitem seus quadros de arbitragem,
tanto na teoria como na prática. Os erros dos homens de preto não cessarão –
mas sofrerão queda considerável.
PS: Em recente conferência técnica no Panamá, o diretor de
arbitragem da FIFA, Massimo Busacca, enfatizou que: “O árbitro do século 21, tem
que ter olfato futebolístico, ou seja, tem que sentir o cheiro do jogo que vai
dirigir. Ou como queiram, tem que possuir feeling. O que irá permitir que ele
saiba agir com inteligência nos momentos de extrema dificuldade”. Agora, precisa
ser orientado por professores de alto
nível.
PS (2): O único dirigente de arbitragem que me disse que irá
mudar gradativamente a formação, avaliação, requalificação e os testes físicos
do seu quadro de arbitragem, foi Marco Antonio Martins, da Federação
Catarinense de Futebol. Se concretizado o projeto, Santa Catarina em curto
espaço de tempo terá uma das melhores esquadras de apitos e bandeiras do
Brasil.
Foto: UEFA
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