segunda-feira, 19 de novembro de 2018

ARBITRAGEM: O COLAPSO É TOTAL

    CA/CBF - CRÉDITO: CBF

A debacle que vivenciamos na arbitragem no Campeonato Brasileiro de Futebol neste 2018, tem causas e efeitos. Os vinte e três anos de Ricardo Teixeira a frente do comando da CBF que renunciou em 2012, acusado de uma série de irregularidades - e a ascensão de seus sucessores José Maria Marin, que se encontra preso no EUA, e a eliminação de Marco Polo Del Nero pela FIFA  - ad aeternum - pelas mesmas práticas, no comando da entidade, explicam uma boa parte da decadência do quadro de árbitros da CBF.

A trempe acima mencionada, enquanto esteve na direção da CBF se preocupou com tudo - menos com um dos setores mais importantes do futebol - a arbitragem. Não houve os investimentos necessários na formação e requalificação dos homens do apito, a partir das federações de futebol e, por extensão, da própria CBF.

Aliás, as federações de onde a CBF toma emprestado os apitos e bandeiras, para atuarem no Campeonato Brasileiro, nunca se preocuparam em implementar escolas de arbitragem de excelência. Pelo contrário: sempre foi meia-boca. Nunca houve e não há notícia de intercâmbio entre as escolas das federações de futebol. Quiçá, uma troca de informações com escolas de formação de apitos da FIFA e da UEFA.

A CBF empurra o imbróglio às federações e essas devolvem a questão à CBF. 

A CBF toma "emprestado" os árbitros e assistentes das federações todos os anos - a partir de fevereiro, quando tem início a Copa do Brasil - e, posteriormente em abril, por ocasião das Séries A, B, C e D do Brasileirão até dezembro. Portanto, a CBF utiliza a arbitragem das federações de futebol ao longo de dez meses. O ano tem doze meses. A quem cabe a requalificação dos homens de preto, que atuam nos torneios da CBF? Resposta: À CBF.

Acoplado ao acima exposto, a CA/CBF nos últimos anos está nas máos das mesmas pessoas. Não houve alternância no setor - ou seja, preponderou o CONTINUÍSMO

Continuísmo que criou uma série de vícios.  A cada crise envolvendo a confraria do apito nas últimas décadas, ao invés de um plano de modernização à arbitragem na sua plenitude, visando promover e facilitar a padronização das regras e minimizar os erros da arbitragem, optou-se pela troca das "cadeiras e funções". "Tudo continuou como Dantes no Quartel de Abrantes".

Falar dos efeitos é mais fácil ainda. Prejuízos aos clubes, aos atletas, ao torcedor, ao futebol brasileiro e a "DEMONIZAÇÃO" daquele que tem a menor parcela de culpa, o ÁRBITRO - pois este não é profissional e não recebe a qualificação exigida, para apresentar um trabalho de excelência em conformidade com o futebol do século 21.


ad argumentandum tantum - Não há alternativa por ora. Resta aguardar o doloroso final da atual gestão da CBF. E, torcer para que o próximo presidente da instituição, Rogério Caboclo - direcione a sua retina para o quadro de árbitros da CBF, que entrou em colapso há muito tempo.
                      Crédito: FIGC

PS: No sábado 17, antes do prelio pela Liga das Nações entre Itália x Portugal, o árbitro argentino Nestor Pitana, recebeu a comenda Giulio Campanati, por ter sido laureado, o melhor árbitro da Copa do Mundo da Rússia.

PS (2): O The IFAB reúne-se nesta quinta 22, em Glasgow (Escócia), para aprovar a agenda da instituição para a Reunião Geral Anual. Temas que serão discutidos: Análise dos experimentos das regras pelo planeta. Avaliação dos países e competições, onde o VAR está sendo testado e/ou já foi implementado. Relatório pormenorizado das ações do VAR - na recente Copa do Mundo da Rússia. E uma geral nas Regras de Futebol 2018/2019.  


Acompanhe o bicudo no Twitter - https://twitter.com/valdircbicudo 

Nenhum comentário:

Postar um comentário